Ilha Robben

A ilha Robben, onde Nelson Mandela – o primeiro presidente da África do Sul eleito por sufrágio universal em 1994 – e seus companheiros estiveram encarcerados durante mais de duas décadas, foi inscrita pela UNESCO na lista dos lugares que são considerados Património da Humanidade em 1999.

Localizada à entrada da baía da Mesa, a 11 km da Cidade do Cabo, esta ilha, com 5,4 km de comprimento e 2,5 km de largura máxima, foi “descoberta” por Bartolomeu Dias em 1488 e, durante muitos anos, foi utilizada por navegadores portugueses, ingleses e holandeses como posto de reabastecimento. O seu nome actual significa “ilha das focas”, em neerlandês.

Para além de ser um museu que retrata uma parte da história da África do Sul, principalmente no que refere à luta contra o apartheid, a Ilha Robben é igualmente um santuário natural para muitas espécies, tanto marinhas, como terrestres.

Breve história

Enquanto a ilha já era usada pelos marinheiros, em 1591 um grupo de khoikhoi, cansados das práticas comerciais desleais dos europeus, atacou a ilha Robben mas, como não tinham nada que superassem as armas de fogo dos europeus, foram derrotados e deixados na ilha sem comida, nem água. Estes foram os primeiros prisioneiros da ilha.

Em 1652, Jan van Riebeeck, da Companhia Holandesa das Índias Orientais, promoveu a colonização da ilha. Colonos holandeses começaram a construir, a caçar focas como fonte de carne e a comerciar com os nativos do continente. O primeiro prisioneiro político registado na ilha foi Autshumato em 1658, que foi acusado de “roubar” gado que o seu povo considerava tinha sido injustamente confiscado pelos Europeus.

Em 1795, o Império Britânico, invejoso dos lucros que os holandeses estavam tendo na seu comércio entre a Europa e a Índia, declararam que a extremidade sul da África era sua propridade e atacaram a ilha com navios de guerra, terminando 150 anos de dominação holandesa. Os britânicos decidiram também usar a ilha Robben apenas como prisão, para onde enviaram criminosos, tais como, desertores, assassinos, ladrões e prisioneiros políticos. O século XIX, na África do Sul, foi uma época de conflito entre os xhosa e os ingleses pelo controlo da terra, uma guerra que ficou conhecida como a Guerra dos Cem Anos, incluindo muitas batalhas chamadas as “Batalhas do Desconhecido” (“Frontier Battles”, em inglês), durante as quais muitos Xhosa foram presos na Ilha.

Com o tempo, a ilha tornou-se igualmente um “hospital” para doentes mentais, leprosos, “sem-abrigos”, prostitutas com doenças de transmissão sexual, alcoólicos e mesmo pessoas idosas ou doentes que não podiam trabalhar e eram classificadas como “lunáticos”. Todos eram alojados nas mesmas condições dos prisioneiros: não recebiam qualquer tratamento médico e eram sujeitos a violência, estupro e tortura. Em 1892, os leprosos organizaram um protesto contra as autoridades britânicas: Franz Jacobs, o líder da rebelião, escreveu à rainha da Inglaterra exigindo melhores condições na ilha. Em reposta, as autoridades mandaram tropas para esmagar a rebelião e conseguiram-no, quando Jacobs foi forçado a admitir que estava errado. No entanto, as condições aparentemente melhoraram para os leprosos e eles passaram a poder receber visitas, correio e os próprios edifícios foram renovados.

Em 1930, a ilha Robben passou a ser uma base militar: os leprosos foram mandados para hospitais e a maioria dos edifícios foram queimados para eliminar a chance duma epidemia; o sistema de água foi melhorado, foram construídos edifícios modernos e a ilha passou inclusivamente a ser uma oficina de desenvolvimento de armas modernas. Mas a sua importância como prisão continuou e, em 1961, quando o Partido Nacional tomou o poder e implementou as leis do apartheid, a ilha Robben voltou a ser usada para prisioneiros politicos.

As condições da prisão tornaram-se piores que nunca: 60 prisioneiros numa cela feita para 20, eram acordados todos os dias às 5h30 da manhã, forçados a atravessar o pátio nus, e revistados, mesmo nas cavidades do corpo. Eram obrigados a comer agachados e os guardas tinham ordens para bater em qualquer um que tentasse sentar-se. Durante o dia, os presos tinham trabalhos forçados, movendo um monte de pedras dum local para outro. Eram comuns as mortes por fome e por espancamento.

A ilha Robben foi assim uma prisão de máxima segurança para prisioneiros políticos até à libertação de Nelson Mandela, em 1990 e, nessa altura, com a libertação de todos os opositores do apartheid, a ilha pasou a ser usada como uma prisão comum, até 1996, quando a prisão foi fechada. Em 1997, a ilha foi declarada um monumento nacional, foi organizado o museu e, finalmente, em 1999, a ilha Robben tornou-se oficialmente parte do Património da Humanidade.

Santuário da natureza

Apesar de exposta aos fortes ventos do sul, a ilha Robben é um santuário da natureza – e a parte norte da ilha é oficialmente um santuário para aves, com cerca de 132 espécies, algumas das quais em risco de extinção. O Pinguim-africano, que já esteve ameaçado, neste momento reproduz-se em grandes números na ilha.

No que respeita a outros tipos de animais, existem na ilha 23 espécies de mamíferos, avestruzes e vários tipos de lagartos, cobras e tartarugas. Do ponto de vista da fauna marinha, as águas à volta da ilha são ricas em focas, baleias e golfinhos.

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Dicas e Sugestões
Nate S
15 de fevereiro de 2016
All of the tour guides are former political prisoners; very cool! Be sure to buy tickets well in advance online (I bought mine before I even arrived in Cape Town). Tour takes 4 hours with return.
Jessica M.
9 de janeiro de 2018
Nelson Mandela’s former prison. Definitely worth seeing if you’re in Cape Town - learn some important history of the area and get some incredible views while you’re at it.
Lindsey Warren
19 de october de 2015
The guides are very informative and have personal connections to the history. Get to the ferry early for an outdoor seat/bonus views of Cape Town from the water.
Driaan Jordaan
10 de november de 2018
Take a short boat ride from the V&A Waterfront to Robben Island. Visit the prison where Nelson Mandela was incarcerated for 18 years as well as other historic monuments on the island.
RespTourismSA
27 de august de 2013
From the 17th to the 20th centuries, Robben Island served as a place of banishment, isolation and imprisonment. It is a World Heritage Site, a poignant reminder of the price paid for freedom.
Susan Loh
24 de fevereiro de 2018
Worth going to get a taste of history, but know that the ferries might run behind schedule and the tour is very scripted.

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