Terceira

A Terceira é uma das nove ilhas dos Açores, integrante do chamado "Grupo Central". O seu nome pode ser uma alusão a ter sido esta a "terceira" das ilhas do arquipélago a ser descoberta, após as de Santa Maria e de São Miguel mas sabe-se que o seu nome inicial era ilha de Jesus Cristo e que os primeiros colonizadores eram de origem judaica e que esse facto poderá ter ditado a alteração do nome da ilha.

Terceira
Localização
Dados gerais
País Portugal
Localização Oceano Atlântico
Arquipélago Açores
Área 402,2 km²
Perímetro 90 km
Ponto culminante 1022 m
População 55833 hab. 2001
Imagem
Localização
Imagem MODIS da Terceira (1992).

A Terceira é uma das nove ilhas dos Açores, integrante do chamado "Grupo Central". O seu nome pode ser uma alusão a ter sido esta a "terceira" das ilhas do arquipélago a ser descoberta, após as de Santa Maria e de São Miguel mas sabe-se que o seu nome inicial era ilha de Jesus Cristo e que os primeiros colonizadores eram de origem judaica e que esse facto poderá ter ditado a alteração do nome da ilha.<ref>http://www.azorestourism.com/guia/terceira.php</ref> A ilha desempenhou papel de grande importância no estabelecimento e manutenção do Império Português, devido à sua localização geográfica em pleno Atlântico Norte.

Geografia

A ilha tem as dimensões aproximadas de 29 quilómetros de comprimento por 18 quilómetros de largura, medindo o seu perímetro 90 quilómetros. Tem uma área de 402,2 quilómetros quadrados. O seu ponto mais alto está a 1021 metros acima do nível do mar, localizado na serra de Santa Bárbara, no lado Oeste.

Angra do Heroísmo e sua baía.]] Praia Grande, baía da Praia da Vitória. Angra do Heroísmo, com a Sé Catedral; em segundo plano, as muralhas do Fortaleza de São João Baptista e a encosta do Monte Brasil.]] Estrada típica dos Açores: caminhos de hortênsias. Golfinhos junto ao Monte Brasil.

A ilha é atravessada pelo rifte da Terceira, uma estrutura geológica associada à junção tripla entre as placas tectónicas euroasiática, africana e americana.

A geomorfologia da ilha faz com que ela apresente paisagens muito variadas e de grande beleza, que se repartem entre planícies como a da Achada, e serras como a de Santa Bárbara. Destacam-se ainda alguns acidentes naturais como a Caldeira Guilherme Moniz, uma das maiores da ilha, a chamada Lagoa das Patas ou da Falca, que junto com "Os Viveiros" formam um conjunto harmonioso, e a Chã das Lagoinhas, na reserva geológica do Algar do Carvão. Destaca-se ainda o Complexo desmantelado da Serra do Cume, na zona Este, de cujo topo se descortinam Praia da Vitória e as Lajes. A zona ocidental da ilha está coberta por vegetação exuberante onde pontificam as criptomérias. Na costa norte, pode-se observar a ponta dos "mistérios" e a zona balnear dos Biscoitos, com vestígios de erupções vulcânicas. No interior é de assinalar o Algar do Carvão e as Furnas do Enxofre.

A sua população é de 55 833 habitantes (censo de 2001). Grande parte da população tem o seu rendimento da pecuária e dos serviços.

Existe ainda o Farol da Serreta, e a Serra do Morião ou da Nasce Água, com os seus 632 m de altitude máxima, se encontra voltada para a cidade de Angra do Heroísmo, constitui por si própria uma singularidade. O Pico da Bagacina. Elevando-se do mar, A Mata da Serreta, constitui uma grande reserva florestal que alberga variadíssimas espécies de fauna e flora. A Lagoa do Ginjal, que apesar da sua reduzida dimensões tem plantas únicas e protegidas por lei.

A Lagoa do Negro, que se situa por cima da Gruta do Natal.

O Miradouro do Facho, no concelho da Praia da Vitória oferece uma panorâmica sobre a cidade da Praia da Vitória.

O Monte Brasil, às portas da cidade aloja a Fortaleza de São João Baptista. O Jardim Duque da Terceira, quase um jardim botânico, Possui muitas plantas exóticas trazidas desde o inicio das aventuras marítimas. Os Ilhéus das Cabras, que oferecem um local de nidificação as diversas espécies marinhas que andam na costa.

Pode afirmar-se ainda que a geomorfologia da Terceira apresenta uma forma bastante arredondada com uma única península bastante prenunciada que é o vulcão do Monte Brasil.

Tem o seu ponto mais elevado na Serra de Santa Bárbara, que se eleva a 1021 m, e apresenta uma extensa planície que se estende desde a Serra da Ribeirinha, no concelho de Angra do Heroísmo, até à Serra do Cume no concelho da Praia da Vitória.

Segundo a Revista de Estudos Açoreanos, Vol. X, Fasc. 1, página. 49, de Dezembro de 2003, A Geomorfologia da Ilha Terceira é dominada por quatro grandes estratovulcões e por numerosos cones vulcânicos monogenéticos implantados em importantes fracturas. De W para E enumeram-se, sucessivamente, os seguintes aparelhos vulcânicos poligenéticos, truncados por imponentes caldeiras:

A Serra de Santa Bárbara; o Maciço da Serra do Morião e maciço da Caldeira Guilherme Moniz; o Maciço do Pico Alto e o Complexo desmantelado da Serra do Cume, a Serra da Ribeirinha e a Caldeira dos Cinco Picos.

Economia

A economia da ilha assenta sobretudo na agro-pecuária e nas indústrias associadas de transformação de lacticínios. Possui dois portos nas suas duas cidades, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, onde se situa o aeroporto internacional e a Base Aérea das Lajes.

Festividades

Não se pode falar da Terceira sem falar da festa do Divino Espírito Santo. Este culto está ligado à Rainha Santa Isabel, entroncando nas raízes joaquimitas trazidas para os Açores pelos franciscanos espirituais. Este milagre é recordado todos os anos nas vilas e aldeias da Terceira na cerimónia da distribuição de pão e carne (o "bodo") pela população, celebrada junto aos "impérios", construções coloridas erigidas como capelas em honra do Espírito Santo. Este é um ritual que remonta à Idade Média que se repete ao longo dos séculos com um sentimento profundamente religioso.

A outra grande festa e com grandes tradições na ilha é a tourada à corda. Um touro preso com uma corda e controlado por dois grupos de quatro pastores investe contra os populares que se espalham pelas ruas das povoações. Os pastores desempenham um papel crucial na condução da tourada, controlando o percurso do touro, e a sua velocidade, e zelando pela segurança dos participantes.

Do trabalho da equipa de pastores depende, em boa medida, a exibição do animal, já que o grau de restrição imposto pela corda, e as pancadas, ou seja o impulso e tensão dados ritmicamente à corda, determinam a velocidade e percurso do animal. Da condução do touro depende também a segurança dos participantes, pois é a corda que mantém o animal dentro do percurso demarcado e, permite, atrasando o touro, evitar investidas excessivamente perigosas para os improvisados toureiros.

História

"A ilha Terceira, universal escala do mar do ponente, é celebrada por todo o mundo, onde reside o coração e governo de todas as ilhas dos Açores, na sua cidade de Angra, cujo porto está em trinta e nove graus da banda do norte." (Gaspar Frutuoso. Livro Sexto das Saudades da Terra).

Antecedentes

As primeiras informações relativas ao arquipélago dos Açores remontam às viagens marítimas empreendidas pelos Europeus no século XIV, nomeadamente a partir de Portugal sob os reinados de D. Diniz (1279-1325) e seu sucessor, D. Afonso IV (1325-1357).

As actividades de Portugal no chamado "Mar Oceano" iniciaram-se ao tempo de D. Diniz, a partir da nomeação do Almirante-mor Nuno Fernandes Cogominho (1307), sucedido pela contratação do Genovês Manuel Pezagno), a 1 de Fevereiro de 1317, para o cargo. Com efeito, os portulanos Genoveses conhecidos até essa data, não fornecem qualquer indicação sobre ilhas no Mar Oceano. A partir de então, entretanto, registram-se:

  • 1325 - portulano de Angelino Dalorto ("Angellinus de Dalort", possivelmente Angelino Dulcert), assinala uma ilha, a oeste da Irlanda, denominada como "Bracile"
  • 1339 - portulano de Angelino Dulcert assinala não apenas a ilha "Bracile", como outras, nas alturas dos atuais arquipélados das Canárias (descoberto anteriormente a Agosto de 1336 pelos portugueses e nomeando a Canária, Lançarote, Forteventura e outras) e da Madeira, e ainda a "Capraria", que alguns autores associam ao conjunto das atuais ilhas de Santa Maria e São Miguel;

Esses indícios por si só, entretanto, não constituem elementos seguros para se afirmar se testemunham a visita (deliberada ou incidental) de navegantes a serviço de Portugal, ou se se trata tão somente de ilhas fantásticas (veja-se a esse respeito as lendas da Atlântida, das Sete Cidades, da ilha de São Brandão, das ilhas Afortunadas, da ilha do Brasil, da Antília, das Ilhas Azuis, da Terra dos Bacalhaus, por exemplo).

Outros autores pretendem que o conhecimento das ilhas dos Açores teve lugar quando do regresso das expedições às Canárias<ref>As Canárias foram descobertas por navegadores portugueses anteriormente a Agosto de 1336, mês em que se iniciaram os preparativos portugueses para uma guerra com o reino de Castela, de acordo com carta de protesto endereçada por D. Afonso IV ao Papa Clemente VI (12 de Fevereiro de 1345), em virtude daquele pontífice ter garantido a posse delas a Castela.</ref> realizadas cerca de 1340-1345, sob o reinado de D. Afonso IV (1325-1357). Data de 1345 o chamado "Libro del Conoscimiento", de autoria de um frade mendicante de Sevilha, que teria acompanhado essas expedições portuguesas, onde estão descritas diversas ilhas:

"(...) Llegamos a la primera isla que dizen gresa e apres della es la isla de lançarote (...) bezimarin (...) rachan (...) alegrança (...) uegimar (...) forte ventura (...) canária (...) tenerife (...) del infierno (...) gomera (...) de lo ferro (...) aragauia (...) saluage [Ilhas Selvagens, no arquipélado da Madeira] (...) la isla desierta [Ilhas Desertas, idem] (...) lectame [Madeira] (...) puerto santo [Porto Santo] (...) la isla del lobo [Ilha do Ovo, atual Santa Maria] (...) cabras [Ilha de São Miguel] (...) del brasil [Ilha Terceira] (...) la columbaria [Ilha do Pico] (...) de la ventura [Ilha do Faial] (...) de sant jorge [Ilha de São Jorge] e la otra de los cuevos marines [Ilha das Flores]." (apud: MONTEREY, 1981:28)

Após esta descrição, manter-se-ão os nomes das ilhas dos Açores nas cartas náuticas, por mais de um século:

  • 1351 - o Portulano Mediceo Laurenziano (Atlas Laurentino, Atlas Mideceu), atualmente na Biblioteca Nacional de Florença, na Itália, assinala as ilhas "Cabrera" (Santa Maria e São Miguel), Brasil (Terceira), Ventura (Faial), Columbis (Pico), Corvis Marinis (Flores) e a de São Jorge, sem a nomear.
  • 1375 - o Atlas Catalão, de Jehuda Cresques, actualmente na Bibliothèque Nationale de France, em Paris, que já nomeia a ilha de São Jorge.
  • 1384 - o Atlas Walckenaer-Pinelli assinala da ilha de Santa Maria
  • 1385 - a Carta de Soleri assinala as ilhas anteriormente apontadas e mantém a indicação da "Capraria" (Santa Maria e São Miguel).
  • 1413 - o mapa de Maciá de Viladestes, também na Bibliothèque Nationale de France, assinala a ilha de Santa Maria.
  • 1426 - a carta de Giacomo Giraldi, assinala a ilha de Santa Maria.
  • 1439 - a carta de Gabriel de Valseca (ou Valsequa) traz a indicação sobre o arquipélago: "Estas ilhas foram achadas por Diogo de Silves (ou Sunis?<ref>O original apresenta uma mancha de tinta sobre o nome do piloto e a data da descoberta, o que historiograficamente deu margem a diversas interpretações, quer do nome, quer da data – 1432 - , pelos seus diversos estudiosos: 2° visconde de Santarém, Ernesto do Canto, Gonçal de Reparaz i Ruiz, Aires de Sá, Júlio Mees e Damião Peres</ref>) piloto de El-Rei de Portugal no ano de 1427".

[[Caravela Vera Cruz a entrar no Porto de Pipas, Angra do Heroísmo.]] A Carta-régia de 2 de Julho de 1439, passada por Pedro de Portugal, Duque de Coimbra, regente na menoridade de D. Afonso V, refere apenas sete ilhas nos Açores. Esse número foi aumentado para nove quando Pedro Vasquez de la Frontera e Diogo de Teive, em 1452, encontraram as ilhas das Flores e Corvo<ref>Esta última é pela primeira vez referida num documento datado de 8 de Janeiro de 1453.</ref>, então designadas como "Ilhas Floreiras".

De qualquer modo, não houve qualquer aproveitamento económico ou movimento migratório de povoamento das mesmas até à primeira metade do século XV.

No Verão de 1431 Gonçalo Velho Cabral terá descoberto os ilhéus das Formigas e, no ano seguinte (1432) as ilhas de Santa Maria e de São Miguel,<ref>Gaspar Frutuoso assim descreveu o acontecimento: "Pelas informações e notícia que o Infante D. Henrique tinha destas ilhas dos Açores, tendo o dito Infante em sua casa um nobre e esforçado cavaleiro, chamado Frei Gonçalo Velho Cabral, comendador do Castelo de Almourol, que está sobre o rio Tejo, o mandou descobrir destas ilhas dos Açores a ilha de Santa Maria." (Saudades da Terra).</ref>.

O povoamento das ilhas foi atribuído por carta régia de D. Pedro (regente durante a menoridade de D. Afonso V) de 2 de Julho de 1439, ao mesmo Gonçalo Velho, que deveria povoar as sete ilhas então conhecidas, onde já anteriormente mandara lançar gado:

"A quantos esta carta virem fazemos saber que o infante D. Henrique, meu tio, nos enviou dizer que ele mandara lançar ovelhas nas sete ilhas dos Açores e que, se nos aprouvesse, que as mandaria povoar. E porque a nós isso apraz, lhe damos lugar e licença que as mande povoar." (ANTT. Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 19, fl. 14.)

O povoamento iniciou-se naquele mesmo ano, pela Ilha de Santa Maria e depois São Miguel, tendo Gonçalo Velho Cabral sido nomeado como capitão do donatário, com famílias oriundas do Alentejo e do Algarve. O povoamento contaria ainda com portugueses de outras partes do reino, assim como mouros, judeus e também flamengos, estes últimos por influência de D. Isabel (esposa de Filipe III, Duque de Borgonha e condessa de Flandres), irmã do infante D. Henrique.

Para incentivá-lo, a carta de 5 de Abril de 1443 concedeu a Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, e aos moradores e povoadores das ilhas a isenção do pagamento da dízima e portagens "de todas as coisas que delas trouxerem ao reino".

A denominação e povoamento da ilha

Não há certeza quanto à data de descoberta da ilha, embora a mesma já figure em portulanos quatrocentistas. Foi inicialmente denominada como Ilha de Jesus Cristo e, posteriormente como Ilha de Jesus Cristo da Terceira, até se afirmar a designação atual de apenas Terceira. O cronista Gaspar Frutuoso relaciona várias hipóteses para a sua primitiva designação:

  • por ter sido achada a 1 de janeiro, dia em que se celebrava<ref>Anteriormente à Reforma Litúrgica</ref> a festa do Santo Nome de Jesus;
  • por pertencer ao Mestrado da Ordem de Cristo;
  • por ter sido descoberta na Quinta ou Sexta-Feira Santas, ou em dia de Corpo de Deus;
  • por ser a Sé de Angra da invocação do Salvador.

Dentre estas, acrescenta que lhe parecia mais certo o descobrimento da ilha ter ocorrido em dia do Corpo de Deus, por estar o tempo mais propício à navegação<ref>Livro Sexto das Saudades da Terra.</ref>

A ilha começou a ser povoada a partir da sua doação, por carta do Infante D. Henrique datada de 21 de Março de 1450, ao flamengo Jácome de Bruges. Este trouxe as suas gentes, muitas famílias portuguesas e algumas espécies de animais, tendo o seu desembarque ocorrido, segundo alguns estudiosos no Porto Judeu, e segundo outros no chamado Pesqueiro dos Meninos, próximo à Ribeira Seca. Gaspar Frutuoso refere, a seu turno:

"(...) Afirmam os povoadores antigos da Ilha Terceira que fora primeiro descoberta pela banda do norte, onde chamam as Quatro Ribeiras, em que agora está a freguesia de Santa Beatriz, que foi a primeira igreja que houve na ilha, mas não curaram os moradores de viver ali por ser a terra muito fragosa e de ruim porto. (...)." (FRUTUOSO, Gaspar. Saudades da Terra (Livro VI). cap. I, p. 8-9)

A primeira povoação terá sido no lugar de Portalegre<ref>"(...) Não é da mesma forma a respeito do local onde foi assentar-se a primeira povoação: porque evitando ser avistada do mar, por causa das guerras que tínhamos com Espanha, e com medo de ser assaltada e destruída (...). E por mui parecido com os campos do alentejo lhe chamaram Porta Alegre... lugar que mais lhe havia agradado (...)." (DRUMMOND, Francisco Ferreira. Anais da Ilha Terceira vol. I, cap. V, pp. 29-32.</ref>, erguendo-se um pequeno templo, o primeiro da ilha, sob a invocação de Santa Ana.

Tomadas as primeiras providências para a fixação das gentes, Brugues retornou ao reino a pedir mais gente para auxiliá-lo no povoamento. Nessa viagem, terá passado pela ilha da Madeira, de onde trouxe Diogo de Teive, a quem foi atribuído o cargo de seu lugar-tenente e Ouvidor-geral da ilha Terceira. Além destes titulares, vieram para a ilha alguns frades franciscanos para o culto religioso, visto que as ilhas pertenciam à Ordem de Cristo.

Poucos anos mais tarde, Jácome de Brugues fixa a sua residência no sítio da Praia, lançando os fundamentos da sua igreja matriz em 1456, daí administrando a capitania da ilha até à data do seu desaparecimento (1474), em circunstâncias não esclarecidas, acredita-se que durante uma viagem entre a ilha e o continente.

Entre os primeiros povoadores cita-se ainda o nome de outro flamengo, Fernão Dulmo, que recebeu terras nas Quatro Ribeiras, entre o Biscoito Bravo e a Ribeira da Agualva, lugar onde, segundo o historiador Francisco Ferreira Drummond "...ali desembarcou com trinta pessoas, cultivou a terra e deu princípio à igreja".

Em 1460, após a entrega da capitania da ilha Terceira a Jácome de Bruges, o Infante D. Henrique doou a ilha e a Graciosa ao Infante D. Fernando, seu sobrinho adotivo. Falecido este, em 1470, assumiu a donataria, durante a menoridade do Infante D. Diogo, a Infanta D. Beatriz, sua mãe. Mediante o desaparecimento de Brugues, ela dividirá a ilha em duas capitanias, em 1474:

  • a capitania de Angra - entregue a João Vaz Corte Real; e
  • a capitania da Praia - entregue a Álvaro Martins Homem (embora este já tivesse iniciado o povoamento no lugar de Angra).

As ilhas do Faial e do Pico haviam sido doadas, cerca de 1466, a um outro flamengo, Josse Van Huertere, que iniciou o povoamento com famílias flamengas, mudando-se mais tarde para a ilha das Flores e, posteriormente, para a Terceira e para São Jorge.

Para o povoamento contribuíram, além de portugueses e neerlandeses, madeirenses, escravos africanos, degredados, cristãos-novos e judeus. Ele foi acompanhado, em todo o arquipélago, pela sua exploração económica, que se traduziu em queimadas e arroteamento de baldios, na introdução de culturas como a do trigo (exportado durante o século XV para o reino e praças portuguesas em África) e a da cana-de-açúcar, na indústria do pastel (corante) e na exportação de madeiras para a construção naval. Isso explica por que, nos Açores, o século XVI foi marcado por um enorme desenvolvimento económico e social, que se prolongou até aos finais do século XIX, altura em que se introduziram outras espécies agrícolas, de grande rendimento, como o chá, o tabaco e o ananás.

Os Açores seriam, pouco tempo mais tarde, um dos últimos focos de resistência à realeza espanhola, suportando com denodo o assédio do inimigo castelhano, rendendo-se apenas no Verão de 1583.

Com a aclamação de João IV de Portugal, os Açores aderiram imediatamente à Restauração da Independência, o que, contudo, foi dificultado pela existência de uma grande resistência castelhana em Angra do Heroísmo; porém, em 1642, os Açores voltaram à soberania portuguesa.

Em 1766, a divisão do arquipélago em capitanias foi alterada, passando a existir, a partir de então, uma capitania geral, com sede em Angra do Heroísmo. Foi também na ilha Terceira, que se travou, em 1829, em virtude do golpe de estado absolutista que pôs D. Miguel no poder, uma violenta batalha entre miguelistas e liberais, da qual saíram vitoriosos estes últimos: a batalha da Praia da Vitória. Em 1832, D. Pedro chegou aos Açores e aí formou o seu governo, presidido pelo marquês de Palmela, e do qual faziam parte Mouzinho da Silveira e Almeida Garrett, sendo promulgadas muitas reformas importantes.

Dada e necessidade de defesa das gentes, da manutenção de uma posição estratégica no meio do Atlântico e da imensa riqueza que por esta terra passava vida do Império Português e mais tarde também do Império Espanhol a ilha terceira foi fortemente fortificada dando-se inicio desde o povoamento à construção de uma rede de fortificações que foram construídas ao longo da costa, fazendo com que a ilha se transforma-se numa verdadeira fortaleza no meio do atlântico dispondo ao no total de 78 fortificações.

Cronologia

Século XV

  • 1427 ou 1432 - Início do processo de descoberta do arquipélago por Diogo de Silves (ilhas dos grupos Oriental e Central);
  • 1439 - Carta Régia de 2 de Julho concede licença ao Infante D. Henrique para o povoamento das ilhas;
  • 1444 a 1449 - Provável descoberta da ilha Terceira, de acordo com Gaspar Frutuoso
  • 1449 - Carta Régia de 10 de Junho confirma a autorização concedida em 1439 ao Infante D. Henrique para o povoamento das ilhas;
  • 1450 - Jácome de Bruges, um fidalgo flamengo, é nomeado pelo Infante como capitão do donatário da Terceira (21 de Março);
  • 1456 – Chegam à ilha Terceira os primeiros frades franciscanos que logo tratam de edificar uma ermida e em 1470 o Convento de S. Francisco de Angra.
  • 1460 - Doação das ilhas Terceira e Graciosa, pelo Infante, a seu sobrinho, D. Fernando. Com a morte deste, durante a menoridade de seu filho, D. Diogo, a viúva, Dna. Beatriz, mãe de Diogo, assume a direção da donataria. A 9 de Fevereiro é assinada a carta régia da referida doação mencionada a cima;
  • 1461 - Por determinação de D. Fernando, chega à Terceira Álvaro Martins Homem, fundador de Angra;
  • 1470 - Fundação do Convento de S. Francisco de Angra, A custódia deste convento foi entregue em 1480;
  • 1470 - (30 de Março) - D. Fernando apresenta Frei Gonçalo ao vigário da Ordem de Cristo, indicando-o como cura e capelão da Ilha Terceira;
  • 1474 - D. Beatriz divide a Terceira ao meio originando duas capitanias, pela Ribeira Seca, sita aquém da Ribeira de São João que ficou na parte de Angra e a outra até a costa, numa linha que ligava o noroeste ao sudeste da ilha, a da Praia.
  • 1474 - (17 de Fevereiro) - Doação da capitania da Praia, onde fizera assento Jácome de Bruges, a Álvaro Martins Homem que, já se tinha instalado e construído moinhos na parte de Angra.
  • 1474 - (2 de Abril)- Doação da capitania de Angra a João Vaz Corte Real, da Casa do Duque donatário, por serviços prestados.<ref>Carta de Doação de Dna. Beatriz, a 2 de Abril de 1474)</ref>;
  • 1478 - a povoação de Angra é elevada à condição de Vila;
  • 1478 a 1480 - a povoação da Praia é elevada à condição de Vila;
  • 1480 Fundação do Mosteiro da Nossa Senhora da Luz, da Praia pela mão de Catarina de Ornelas, filha de Diogo de Teive Ferreira. Foi padroeiro o 2.º capitão da Praia, Antão Martins Homem (encartado a 26.III.1483)
  • 1480 (Agosto) - Angra já era vila, segundo a documentação refrida por Frei Diogo das Chagas.
  • 1481 Capítulo da Cortes de Évora, onde se estipula que quem levar os seus escravos de serviço, para ilhas, não pagam por eles a dízima quando regressarem ao Reino.
  • 1482 (20 de Abril) - como ouvidor do donatário, e encontrando-se na ilha Terceira, Afonso do Amaral, recebe mandado para entregar o polouro da justiça ao ouvidor então enviado, Garcia Álvares, que era escudeiro e morador em Beja.
  • 1482 (18 de Agosto), Afonso do Amaral como ouvidor, confirma a doação de terras em sesmaria a João Leonardes.
  • 1482 (6 de Setembro), Duarte Paim recebe terras para proceder à fundação da Praia e toma medidas de protecção e segurança contra as investidas dos navios de Castela.
  • 1483 (13 de Janeiro), aparece pela primeira vez em documentação, (uma escritura de compra e venda), uma referência a Angra como sendo vila.
  • 1483 (4 de Maio), É feita a doação da capitania da ilha de São Jorge ao capitão-donatário de Angra, João Vaz Corte Real.
  • 1489 (1 de Junho) - João II de Portugal doa as ilhas Terceira e Graciosa a D. Manuel, duque de Beja e de Viseu;
  • 1492 (15 de Março) a irmandade do Espírito Santo funda aquele que foi o primeiro hospital de Angra junto à Igreja da Misericórdia, nos fins da actual Rua de Santo Espírito e das Portas do Mar (ver Ermida de Santo Espírito).
  • 1493 - encontra-se concluído o Castelo de São Luís, na vila de Angra;
  • 1495 - D. Manuel, por Alvará de 19 de Maio, confirma a João Vaz Corte Real na capitania de Angra e faz-lhe mercê da alcaidaria do Castelo de São Luís (Angra), e da ilha de São Jorge;

Século XVI

  • 1527 - criação da Provedoria das Armadas, com sede em Angra;
  • 1534 - (24 de Agosto) Carta Régia de João III de Portugal eleva à categoria de cidade a vila de Angra; no mesmo ano, o Papa Paulo III eleva Angra a sede de bispado;
  • 1580 - chegam à Terceira as notícias da aclamação de António I de Portugal e de iminente invasão espanhola; invasão de Portugal: as tropas de D. António são derrotadas na batalha de Alcântara;
  • 1581 - Filipe II de Espanha é aclamado como rei de Portugal nas Cortes de Tomar; a Terceira resiste, dando apoio a D. António; uma armada, sob o comando de D. Pedro de Valdez bloqueia a ilha e intenta um desembarque, a 25 de Julho, na baía da Salga, ferindo-se a batalha da Salga, favorável as armas de D. António; no episódio destacam-se as figuras de Ciprião de Figueiredo e de Brianda Pereira;
  • 1582 - (13 de Fevereiro) Ciprião de Figueiredo manda a Filipe II de Espanha a sua famosa carta onde se lê a frese que que passou a ser a divisa dos Açores: Antes morrer livres que em paz sujeitos.
  • 1583 - a (27 de Julho), uma armada de 27 navios sob o comando de D. Álvaro de Bazán, marquês de Santa Cruz, com tropas capitaneadas pelo Mestre de Campo D. Lopo de Figueroa, logram sucesso no desembarque da Baía das Mós (atual freguesia de São Sebastião), derrotando as forças leais a D. António, apesar da artilharia constante dos Forte de Santa Catarina das Mós, do Forte da Greta, do Forte do Bom Jesus e do Forte do Pesqueiro dos Meninos que cercam a baía;
  • 1583 a (28 de Julho) começa o saque de Angra pelos espanhóis.
  • 1591 O Marquês de Santa Cruz derrota a frota militar portuguesa sedeada em Angra que o confronta junto do ilhéus da Mina.

Século XVII

  • 1640 (1 de Dezembro - restauração da Independência de Portugal, com a aclamação de João IV de Portugal;
  • 1641 - Francisco Ornelas da Câmara, Capitão-mor da Vila da Praia, é encarregado por D. João IV de aclamá-lo na Terceira, reduzindo à obediência o Castelo de São Filipe no Monte Brasil; em cumprimento às instruções recebidas, Ornelas promove a aclamação na Praia (24 de Março) e logo após, em Angra;
  • 1641 a (26 de Março) eclode a rebelião popular dos Minhas Terras.
  • 1641 (27 de Março) - início do cerco ao Castelo de São Filipe; Angra é ocupada militarmente pelo seu Capitão-mor, João Bettencourt de Vasconcelos, que pede auxílio militar ao Capitão-mor da Praia, Francisco Ornelas da Câmara.
  • 1641 a (28 de Março) Manuel Jaques, com uma companhia da freguesia da Ribeirinha que incluía mulheres, conquista o Forte de São Sebastião, de onde os espanhóis Fogem por mar para a Fortaleza de São João Baptista.
  • 1641 a (31 de Março), domingo de Páscoa, D. João IV foi aclamado rei em Angra, sob o fogo cerrado das baterias espanholas, foi um dos acontecimentos mais “impressionantes” da Restauração segundo o Historiador José Manjardino: "a aclamação fez-se num ambiente dramático que já aqui em tempos se apontou como a mais espectacular e genuína restauração da independência havida em terras de Portugal. Uma procissão cívica percorria as ruas até à Praça, convergindo para a Sé, onde se cantou um Te Deum, tudo ao ritmo e sob a fumarada da artilharia castelhana que, do castelo de São Filipe, disparava sem cessar sobre a cidade."
  • 1641 (20 de Junho) D. Luís Peres de Viveiros, com os trezentos soldados que trazia para socorrer a guarnição espanhola cercada em São Filipe, rende-se a Francisco de Ornelas junto aos ilhéus da Mina;
  • 1642 (4 de Março) - rendição das tropas espanholas. O Governador do Castelo de São Filipe, D. Álvaro de Viveiros entrega-se aos portugueses; (tendo-se a noticia espalhado a partir do largo da entrada para o Parque Municipal do Relvão e do Poço do azeite, largo que passou a chamar-se Largo da Boa Nova) o governo interino da praça fica a cargo do Capitão-mor de Angra, a quem são entregues as suas chaves; o Capitão-mor da Praia seguiu para Lisboa com a notícia da rendição da praça;
  • 1643 - Por Alvará de 2 de Abril, D. João IV concede à cidade de Angra o título de "Mui nobre e leal", pela sua bravura durante a Guerra da Restauração;

Século XVIII

  • 1755 a (1 de Novembro) a zona oriental da ilha e a baixa de Angra foram invadidas pelas águas de um tsunami provocado pelo Terramoto de Lisboa e que, no seu refluxo levaram as muralhas do cais alterando definitivamente a face marítima da cidade;
  • 1766 (2 de Agosto) - Angra passa a ser a sede da Capitania Geral dos Açores;

Século XIX

  • 1821 a (1 de Abril) Francisco António de Araújo encabeça uma primeira revolta constitucionalista, feita abortar pela força das armas pelo capitão-general Francisco de Borja Garção Stockler.
  • 1828 a 1829 - no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), a Terceira é sede da Junta Provisória do Reino;
  • 1828 a (22 de Junho) começa em Angra a sublevação liberal que, partindo desta cidade e quatro anos volvidos, triunfaria no país inteiro”
  • 1829 - (11 de Agosto) - Batalha da Praia da Vitória, com a derrota dos Miguelistas, assegura o liberalismo na Terceira;
  • 1830 - Instalação da Regência - governo provisório Liberal - em Angra;
  • 1830 - Por força do Decreto de 15 de Março - Angra é nomeada capital do Reino de Portugal.
  • 1830 (19 de Outubro) - é içado pela primeira vez em território português o pavilhão Constitucional na Fortaleza do Monte Brasil;
  • 1832 (6 de Abril) - parte da Terceira com passagem pela ilha de São Miguel os Voluntários da Rainha junto com o Batalhão de Caçadores n.º 2. "Exército Libertador", que entrará para a História de Portugal como "Os Bravos do Mindelo";
  • 1837 - Por Carta Régia, pelos serviços prestados durante a Guerra Civil, a cidade de Angra acrescenta aos seus títulos o de "Heroísmo" e de "Sempre Constante", tornando-se a "Mui Nobre, Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo"; a sua Câmara Municipal é condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, recebendo um novo brasão de armas;
  • 1837 (12 de Janeiro) - Por Carta Régia é concedida à Vila da Praia o título de "Muito Notável e de Vitória", tornando-se "Muito Notável Vila da Praia da Vitória";
  • 1896, (27 de Junho), Ngungunhane, último imperador de Gaza, actual Moçambique, e último monarca da dinastia Jamine, chega à ilha Terceira, Açores, onde permanece como prisioneiro.

Século XX

  • 1901 - Visita de Carlos I de Portugal e sua esposa, Amélia de Orleães, aos Açores;
  • 1906, (23 de Dezembro), Ngungunhane, último imperador Gaza, actual Moçambique, e último monarca da dinastia Jamine, morre, de doença cardíaca, no Hospital Militar da Boa Nova, em Angra do Heroísmo.
  • 1943 - No contexto da Segunda Guerra Mundial são construídas uma base área britânica e outra estadunidense na Terceira, respectivamente no Aeródromo da Achada e nas Lajes;
  • 1976 - Toma posse o primeiro governo da Região Autónoma dos Açores;
  • 1980 (1 de Janeiro) - grande terramoto abala a ilha;
  • 1981 (20 de Junho) - Elevação da Vila da Praia da Vitória a cidade.
  • 1983 - A cidade de Angra do Heroísmo é classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.

Relação de embarcações naufragadas na Baía de Angra

Século XVI

  1. 1542 – Naufrágio da nau cognominada Grifo, capitaneada por Baltazar Jorge. <ref> [Relação das Naus da Índia pertencente à British Library, Códice Add. 20902.] </ref>
  2. 1555 - Naufrágio da nau Assumpção, comandada por Jácome de Melo. <ref> [Relação das Naus da Índia pertencente à British Library, Códice Add. 20902.] </ref>
  3. 1555 - Naufrágio da nau alcunhada de Algarvia Velha, acabada de chegar das Índias. <ref> [Manuel de Faria e Sousa, Ásia Portuguesa.] </ref>
  4. 1556 - (6 de Agosto) - Naufrágio da nau Nossa Senhora da Vitória, da Carreira das Índias. <ref> [Anais do Clube Militar Naval, Portugal.] </ref>
  5. 1556 - (6 de Agosto) - Naufrágio da nau Nossa Senhora da Assunção, Carreira das Índias. <ref> [Anais do Clube Militar Naval, Portugal.] </ref>
  6. 1560 – Naufrágio de uma nau espanhola, da qual não se sabe o nome. <ref> [encontra-se referenciada nos documentos do historiador naval espanhol oitocentista, Fernández Duro.] </ref>.
  7. 1583 - (21 de Outubro) – Naufrágio de 1.º patacho de um total de três embarcações naufragadas no mesmo dia. Embarcação confiscada pelos Espanhóis à Armada do Prior do Crato.
  8. 1583 – 21 de Outubro – Naufrágio de 2.º patacho. Embarcação também da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos espanhóis.
  9. 1583 – 21 de Outubro – Naufrágio de 3º patacho. Embarcação igualmente da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos espanhóis. Estes três barcos foram atiradas para a costa pelo famoso vento Carpinteiro.
  10. 1586 - (17 de Setembro) – Naufrágio da nau Santa Maria, de nacionalidade espanhola e provinda de São Domingo. Devido ao nau tempo.
  11. 1586 - (18 de Setembro) – Naufrágio de 1.ª nau de um total de três naufragadas no mesmo dia, era de nacionalidade espanhola (capitania) de 30 canhões de bronze. Devido ao mau tempo.
  12. 1586 – 18 de Setembro – Naufrágio de 2.ª nau de nacionalidade espanhola (Nuestra Señora de la Concepción), de que se recuperou parte da carga.
  13. 1586 – 18 de Setembro – Naufrágio de 3.ª nau de nacionalidade espanhola. <ref> [Legayo 5108 do Arquivo General de las Indias.] </ref>
  14. 1587 - Naufrágio de um galeão português (Santiago) capitaneado por Francisco Lobato Faria e provindo de Malaca. Perdeu a amarra, salvando-se a gente e a fazenda. <ref> [Relação das Naos da Índia, da British Library.] </ref>
  15. 1587 - Naufrágio de ma nau espanhola que provinha do Novo Mundo. Foi salva a carga de ouro e prata num valor que na altura somou um total de 56 000 escudos.
  16. 1588 - (Agosto) – Naufrágio da nau portuguesa São Tiago Maior, da Armada de 1586.
  17. 1589 - (4 de Agosto) – Naufrágio, dentro de fortalezas, o galeão São Giraldo de nacionalidade portuguesa e provindo de Malaca. Com este acontecimento, inícia-se o período Linschoten. <ref> [Histoire de la Navigation, Linschoten.] </ref>
  18. 1589 - (20 de Outubro(. Afundamento da nau espanhola Nuestra Señora de Guia, posta a pique por corsários, com 200 000 ducados em ouro, prata e pérolas a bordo. <ref> [Histoire de la Navigation, Linschoten.] </ref>
  19. 1589 – Naufrágio à entrada de Angra da nau espanhola Trinidad, vinda do México, o acontecimento descrito por <ref> [Histoire de la Navigation, Linschoten.] </ref> <ref> [Abbé Prévost, na sua Histoire des Voyages.] </ref>
  20. 1590 – (Janeiro) - Naufrágio de uma nau espanhola.
  21. 1590 – Janeiro – Naufrágio de uma nau espanhola da Armada da Biscaia.
  22. 1590 – Janeiro – Naufrágio de uma nau espanhola nos rochedos à entrada da Baía de Angra.

Século XVII

  1. 1605 – Naufrágio da nau portuguesa sob o comando do Capitão Manuel Barreto Rolim.
  2. 1606 – Naufrágio da nau São Jacinto, embarcação da Carreira da Índia e provinda de Goa.
  3. 1642 – Afundamento da embarcação comercial carregada de mantimentos que foi “apanhada” pelos espanhóis sitiados na Fortaleza de São Filipe durante a Guerra da Restauração. Foi afundada pela acção conjunto do mau tempo e pelo bombardeamento da artilharia portuguesa para evitar que os espanhóis adquirissem os mantimentos.
  4. 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio de 1.º navio (de um total de 4) proveniente do Brasil.
  5. 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio de 2.º navio proveniente do Brasil.
  6. 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio 3.º navio proveniente do Brasil.
  7. 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio 4.º navio proveniente do Brasil. Tendo em atenção a data. Foi certamente pela acção do mau tempo. São os 4 referidos por <ref> [Francisco Ferreira Drummond nos Anais da Ilha Terceira.] </ref>
  8. 1650 – Naufrágio da nau Santo António, vinda de São Cristóvão, salvando-se a mercadoria.
  9. 1663 – 1.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil, foi o maior desastre de que há registo ocorrido na Baía de Angra, por acção duma tempestade. Fora o que deu à costa, a carga perdeu-se.
  10. 1663 – 2.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  11. 1663 – 3.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  12. 1663 – 4.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  13. 1663 – 5.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  14. 1663 – 6.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  15. 1663 – 7.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  16. 1663 – 8.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  17. 1663 – 9.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil
  18. 1663 – 10.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil.
  19. 1663 – 11.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha do Brasil. Este acontecimento provoca a interdição real da arribada em Angra.
  20. 1674 – Naufrágio de uma embarcação de origem holandesa, de 50 canhões. <ref> [arquivo dos Affaires Etrangères.] </ref>
  21. 1690 - (26 de Março), Naufrágio sobre a amarra de uma nau destinada a Cabo Verde, carregada com sinos e cal destinados à construção de uma igreja.
  22. 1697 – 1.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
  23. 1697 – 2.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
  24. 1697 – 3.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
  25. 1697 – 4.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de trigo.
  26. 1698 – Junho, último naufrágio documentado no século XVII, o do navio francês St. François, este acontecimento deu origem ao início do “século dos naufrágios franceses”.

Século XVIII

  1. 1702 - (10 de Dezembro), naufrágio da fragata francesa Fla Orbanne, naufraga nos baixios de Angra. Este acidente deixou informações nos livros de óbitos da freguesia da Sé, aquando da inumação dos náufragos dados à costa da cidade. <ref> [Affaires Etrangères, B1.652, Fº 64.] </ref>
  2. 1721 – Dezembro, um navio francês, o Le Elisabeth, naufraga na Baía de Angra. houve náufragos que foram sepultados nos cemitérios da cidade.
  3. 1750 – Naufrágio da fragata francesa Andromade, provinda de São Domingo.

Século XIX

  1. 1811 – 10 de Março, naufrágio por força de uma tempestade de uma escuna inglesa, a Mirthe que encalha no areal do Porto Novo.
  2. 1811 - 10 de Março, naufrágio por força de uma tempestade de uma escuna inglesa, a Louise na Prainha.
  3. 1811 – (4 de Dezembro) - 1.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  4. 1811 – 4 de Dezembro - 2.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  5. 1811 – 4 de Dezembro - 3.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  6. 1811 – 4 de Dezembro - 4.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  7. 1811 – 4 de Dezembro - 5.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  8. 1811 – 4 de Dezembro - 6.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal.
  9. 1811 – 4 de Dezembro - 7.º naufrágio de uma frota de 7 navios, açoitados pelo temporal. <ref> [No Arquivo Geral da Marinha Portuguesa, encontram-se referências a estes naufrágios, a 18 de Fevereiro de 1832, do Iate Nerco e, em 1841da escuna D. Clara.] </ref>
  10. 1815 – (10 de Março), por força de uma tempestade encalha uma escuna inglesa, a Belle of Plymouth, no areal do Porto Novo.
  11. 1856 - (1 de Março), naufrágio de uma galera inglesa (Europe), que encalha na Prainha.
  12. 1858 – (19 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a escuna portuguesa denominada Palmira.
  13. 1858 – 19 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho português (Desengano).
  14. 1858 – (23 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a escuna inglesa Daring.
  15. 1861 – Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga a escuna Gipsy, destinada à carga da laranja que encalhada na Prainha.
  16. 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho Micaelense, destinado à carga da laranja, barco com de 111 toneladas.
  17. 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o patacho Adolin Sprague, destinado à carga da laranja, com 211 toneladas.
  18. 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga, a escuna inglesa Wave Queene, destinado à carga da laranja, com 75 toneladas.
  19. 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o lugre Destro Açoriano, destinado à carga da laranja, com 224 toneladas.
  20. 1863 - (18 de Fevereiro), naufrágio da escuna Breeze.
  21. 1864 – Naufrágio da escuna inglesa Gurden Rebow.
  22. 1864 – (12 de Outubro), naufrágio do brigue Washington.
  23. 1865 - Naufrágio do primeiro navio a vapor nesta baía, o inglês Runher.
  24. 1867 - (11 de Fevereiro), naufrágio da galera inglesa Ferozepore.
  25. 1872 - (4 de Agosto), naufraga na Baía de angra o primeiro navio de origem alemã, o patacho Telegraph.
  26. 1878 - (16 de Fevereiro), o vapor Lidador de nacionalidade brasileira, encalha no cais da Figueirinha.
  27. 1893 - Devido a um ciclone, naufraga a embarcação Segredo dos Açores.
  28. 1896 – (13 de Outubro), sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o patacho Fernão de Magalhães, de 180 toneladas,
  29. 1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o lugre Príncipe da Beira, de 275 toneladas
  30. 1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”, naufraga o lugre Costa Pereira, de 196 toneladas.

Século XX

  1. 1906 – (30 de Setembro), naufraga o iate Rio Lima, que dá à costa no baixinho do Portinho Novo.
  2. 1921 – (28 de Abril), naufraga o lugre Maria Manuela, na ponta do Castelinho.
  3. 1996 (na noite de 25 para 26 de Dezembro) - Encalhe da embarcação Fernão de Magalhães, destinada a cabotagem inter-ilhas e destas com o continente português pela acção do temporal. <ref> [ Diário Insular de 27/12/1996, ano L, n.º 15099.] </ref>

Galeria

Notas

Ver também

  • Lista de embarcações naufragadas ao redor da costa da ilha Terceira
  • Lista de naufrágios ocorridos nos mares dos Açores

Ligações externas

Commons
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</center>

Terceira

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Dirk Reimer
1 de october de 2023
Ver scenic view across the island in case@of no clouds ????
Andreia Rosa
9 de july de 2015
Vista panorâmica surreal e em raras ocasiões é possível observar outras ilhas (consoante a metereologia)

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