Terceira |
Localização
|
Dados gerais |
País |
Portugal |
Localização |
Oceano Atlântico |
Arquipélago |
Açores |
Área |
402,2 km² |
Perímetro |
90 km |
Ponto culminante |
1022 m |
População |
55833 hab. 2001 |
Imagem |
Localização
Imagem MODIS da Terceira (1992). |
A Terceira é uma das nove ilhas dos Açores, integrante
do chamado "Grupo Central". O seu nome pode ser uma alusão a ter
sido esta a "terceira" das ilhas do arquipélago a ser descoberta,
após as de Santa Maria e de São Miguel mas sabe-se que o seu nome
inicial era ilha de Jesus Cristo e que os primeiros colonizadores
eram de origem judaica e que esse facto poderá ter ditado a
alteração do nome da ilha.<ref>http://www.azorestourism.com/guia/terceira.php</ref>
A ilha desempenhou papel de grande importância no estabelecimento e
manutenção do Império Português, devido à sua localização
geográfica em pleno Atlântico Norte.
Geografia
A ilha tem as dimensões aproximadas de 29 quilómetros de
comprimento por 18 quilómetros de largura, medindo o seu perímetro
90 quilómetros. Tem uma área de 402,2 quilómetros quadrados. O seu
ponto mais alto está a 1021 metros acima do nível do mar,
localizado na serra de Santa Bárbara, no lado Oeste.
Angra do Heroísmo e sua baía.]] Praia Grande, baía da Praia da
Vitória. Angra do Heroísmo, com a Sé Catedral; em segundo plano, as
muralhas do
Fortaleza de São João Baptista e a encosta do Monte Brasil.]]
Estrada típica dos Açores: caminhos de hortênsias. Golfinhos
junto ao Monte Brasil.
A ilha é atravessada pelo rifte da Terceira, uma estrutura
geológica associada à junção tripla entre as placas tectónicas
euroasiática, africana e americana.
A geomorfologia da ilha faz com que ela apresente paisagens
muito variadas e de grande beleza, que se repartem entre planícies
como a da Achada, e serras como a de Santa Bárbara. Destacam-se
ainda alguns acidentes naturais como a Caldeira Guilherme Moniz,
uma das maiores da ilha, a chamada Lagoa das Patas ou da Falca, que
junto com "Os Viveiros" formam um conjunto harmonioso, e a Chã das
Lagoinhas, na reserva geológica do Algar do Carvão. Destaca-se
ainda o Complexo desmantelado da Serra do Cume, na zona Este, de
cujo topo se descortinam Praia da Vitória e as Lajes. A zona
ocidental da ilha está coberta por vegetação exuberante onde
pontificam as criptomérias. Na costa norte, pode-se observar a
ponta dos "mistérios" e a zona balnear dos Biscoitos, com vestígios
de erupções vulcânicas. No interior é de assinalar o Algar do
Carvão e as Furnas do Enxofre.
A sua população é de 55 833 habitantes (censo de 2001). Grande
parte da população tem o seu rendimento da pecuária e dos
serviços.
Existe ainda o Farol da Serreta, e a Serra do Morião ou da Nasce
Água, com os seus 632 m de altitude máxima, se encontra voltada
para a cidade de Angra do
Heroísmo, constitui por si própria uma singularidade. O Pico da
Bagacina. Elevando-se do mar, A Mata da Serreta, constitui uma
grande reserva florestal que alberga variadíssimas espécies de
fauna e flora. A Lagoa do
Ginjal, que apesar da sua reduzida dimensões tem plantas únicas e
protegidas por lei.
A Lagoa do Negro, que se situa por cima da Gruta do Natal.
O Miradouro do Facho, no concelho da Praia da Vitória oferece
uma panorâmica sobre a cidade da Praia da Vitória.
O Monte Brasil, às portas da cidade aloja a
Fortaleza de São João Baptista. O Jardim Duque da Terceira,
quase um jardim botânico, Possui muitas plantas exóticas trazidas
desde o inicio das aventuras marítimas. Os Ilhéus das Cabras, que
oferecem um local de nidificação as diversas espécies marinhas que
andam na costa.
Pode afirmar-se ainda que a geomorfologia da Terceira apresenta
uma forma bastante arredondada com uma única península bastante
prenunciada que é o vulcão do Monte Brasil.
Tem o seu ponto mais elevado na Serra de Santa Bárbara, que se
eleva a 1021 m, e apresenta uma extensa planície que se estende
desde a Serra da Ribeirinha, no concelho de Angra do Heroísmo, até
à Serra do Cume no concelho da Praia da Vitória.
Segundo a Revista de Estudos Açoreanos, Vol. X, Fasc. 1,
página. 49, de Dezembro de 2003, A Geomorfologia da Ilha
Terceira é dominada por quatro grandes estratovulcões e por
numerosos cones vulcânicos monogenéticos implantados em importantes
fracturas. De W para E enumeram-se, sucessivamente, os seguintes
aparelhos vulcânicos poligenéticos, truncados por imponentes
caldeiras:
A Serra de Santa Bárbara; o Maciço da Serra do Morião e maciço
da Caldeira Guilherme Moniz; o Maciço do Pico Alto e o Complexo
desmantelado da Serra do Cume, a Serra da Ribeirinha e a Caldeira
dos Cinco Picos.
Economia
A economia da ilha assenta sobretudo na agro-pecuária e nas
indústrias associadas de transformação de lacticínios. Possui dois
portos nas suas duas cidades, Angra do
Heroísmo e Praia da Vitória, onde se situa o aeroporto
internacional e a Base Aérea das Lajes.
Festividades
Não se pode falar da Terceira sem falar da festa do Divino
Espírito Santo. Este culto está ligado à Rainha Santa Isabel,
entroncando nas raízes joaquimitas trazidas para os Açores pelos
franciscanos espirituais. Este milagre é recordado todos os anos
nas vilas e aldeias da Terceira na cerimónia da distribuição de pão
e carne (o "bodo") pela população, celebrada junto aos "impérios",
construções coloridas erigidas como capelas em honra do Espírito
Santo. Este é um ritual que remonta à Idade Média que se repete
ao longo dos séculos com um sentimento profundamente religioso.
A outra grande festa e com grandes tradições na ilha é a tourada
à corda. Um touro preso com uma
corda e controlado por dois grupos de quatro pastores investe
contra os populares que se espalham pelas ruas das povoações. Os
pastores desempenham um papel crucial na condução da
tourada, controlando o percurso do touro, e a sua
velocidade, e zelando pela segurança dos participantes.
Do trabalho da equipa de pastores depende, em boa medida, a
exibição do animal, já que o grau de restrição imposto pela corda,
e as pancadas, ou seja o impulso e tensão dados ritmicamente
à corda, determinam a velocidade e percurso do animal. Da condução
do touro depende também a segurança dos participantes, pois é a
corda que mantém o animal dentro do percurso demarcado e, permite,
atrasando o touro, evitar investidas excessivamente perigosas para
os improvisados toureiros.
História
"
A ilha Terceira, universal escala do mar do ponente, é
celebrada por todo o mundo, onde reside o coração e governo de
todas as ilhas dos Açores, na sua cidade de Angra, cujo porto está
em trinta e nove graus da banda do norte." (Gaspar Frutuoso.
Livro Sexto das Saudades da Terra).
Antecedentes
As primeiras informações relativas ao arquipélago dos Açores remontam às
viagens marítimas empreendidas pelos Europeus no século XIV,
nomeadamente a partir de Portugal sob os
reinados de D. Diniz (1279-1325) e seu sucessor, D. Afonso IV
(1325-1357).
As actividades de Portugal no chamado "Mar Oceano" iniciaram-se
ao tempo de D. Diniz, a partir da nomeação do Almirante-mor Nuno
Fernandes Cogominho (1307), sucedido pela contratação do Genovês Manuel
Pezagno), a 1 de Fevereiro de 1317, para o cargo. Com efeito, os
portulanos Genoveses conhecidos até essa data, não fornecem
qualquer indicação sobre ilhas no Mar Oceano. A partir de então,
entretanto, registram-se:
- 1325 - portulano de Angelino Dalorto ("Angellinus de Dalort",
possivelmente Angelino Dulcert), assinala uma ilha, a oeste da
Irlanda, denominada como "Bracile"
- 1339 - portulano de Angelino Dulcert assinala não apenas a ilha
"Bracile", como outras, nas alturas dos atuais arquipélados das
Canárias (descoberto anteriormente a Agosto de 1336 pelos
portugueses e nomeando a Canária,
Lançarote,
Forteventura e outras) e da Madeira, e ainda a "Capraria", que
alguns autores associam ao conjunto das atuais ilhas de Santa Maria
e São Miguel;
Esses indícios por si só, entretanto, não constituem elementos
seguros para se afirmar se testemunham a visita (deliberada ou
incidental) de navegantes a serviço de Portugal, ou se se trata tão
somente de ilhas fantásticas (veja-se a esse respeito as lendas da Atlântida, das
Sete Cidades, da ilha de São Brandão, das ilhas Afortunadas, da
ilha do Brasil, da Antília, das Ilhas Azuis, da Terra dos
Bacalhaus, por exemplo).
Outros autores pretendem que o conhecimento das ilhas dos Açores
teve lugar quando do regresso das expedições às
Canárias<ref>As Canárias foram descobertas por navegadores
portugueses anteriormente a Agosto de 1336, mês em que se iniciaram
os preparativos portugueses para uma guerra com o reino de Castela,
de acordo com carta de protesto endereçada por D. Afonso IV ao Papa
Clemente VI (12 de Fevereiro de 1345), em virtude daquele pontífice
ter garantido a posse delas a Castela.</ref> realizadas cerca
de 1340-1345, sob o reinado de D. Afonso IV (1325-1357). Data de
1345 o chamado "Libro del Conoscimiento", de autoria de um
frade mendicante de Sevilha, que teria
acompanhado essas expedições portuguesas, onde estão descritas
diversas ilhas:
"
(...) Llegamos a la primera isla que dizen gresa e apres della
es la isla de lançarote (...) bezimarin (...) rachan (...)
alegrança (...) uegimar (...) forte ventura (...) canária (...)
tenerife (...) del infierno (...) gomera (...) de lo ferro (...)
aragauia (...) saluage [Ilhas Selvagens, no arquipélado da Madeira]
(...) la isla desierta [Ilhas Desertas, idem] (...) lectame
[Madeira] (...) puerto santo [Porto Santo] (...) la isla del lobo
[Ilha do Ovo, atual Santa Maria] (...) cabras [Ilha de São Miguel]
(...) del brasil [Ilha Terceira] (...) la columbaria [Ilha do Pico]
(...) de la ventura [Ilha do Faial] (...) de sant jorge [Ilha de
São Jorge] e la otra de los cuevos marines [Ilha das Flores]."
(apud: MONTEREY, 1981:28)
Após esta descrição, manter-se-ão os nomes das ilhas dos Açores
nas cartas náuticas, por mais de um século:
- 1351 - o Portulano Mediceo Laurenziano (Atlas Laurentino, Atlas
Mideceu), atualmente na Biblioteca Nacional de Florença, na
Itália,
assinala as ilhas "Cabrera" (Santa Maria e São Miguel), Brasil
(Terceira), Ventura (Faial), Columbis (Pico), Corvis Marinis
(Flores) e a de São Jorge, sem a nomear.
- 1375 - o Atlas Catalão, de Jehuda Cresques, actualmente na
Bibliothèque Nationale de France, em Paris, que já nomeia a
ilha de São Jorge.
- 1384 - o Atlas Walckenaer-Pinelli assinala da ilha de Santa
Maria
- 1385 - a Carta de Soleri assinala as ilhas anteriormente
apontadas e mantém a indicação da "Capraria" (Santa Maria e São
Miguel).
- 1413 - o mapa de Maciá de Viladestes, também na Bibliothèque
Nationale de France, assinala a ilha de Santa Maria.
- 1426 - a carta de Giacomo Giraldi, assinala a ilha de Santa
Maria.
- 1439 - a carta de Gabriel de Valseca (ou Valsequa) traz a
indicação sobre o arquipélago: "Estas ilhas foram achadas por
Diogo de Silves (ou Sunis?<ref>O original apresenta uma
mancha de tinta sobre o nome do piloto e a data da descoberta, o
que historiograficamente deu margem a diversas interpretações, quer
do nome, quer da data – 1432 - , pelos seus diversos estudiosos: 2°
visconde de Santarém, Ernesto do Canto, Gonçal de Reparaz i Ruiz,
Aires de Sá, Júlio Mees e Damião Peres</ref>) piloto de
El-Rei de Portugal no ano de 1427".
[[Caravela Vera Cruz a entrar no Porto de Pipas, Angra do
Heroísmo.]] A Carta-régia de 2 de Julho de 1439, passada por
Pedro de Portugal, Duque de Coimbra, regente na menoridade de D.
Afonso V, refere apenas sete ilhas nos Açores. Esse número foi
aumentado para nove quando Pedro Vasquez de la Frontera e Diogo de
Teive, em 1452, encontraram as ilhas das Flores e
Corvo<ref>Esta última é pela primeira vez referida num
documento datado de 8 de Janeiro de 1453.</ref>, então
designadas como "Ilhas Floreiras".
De qualquer modo, não houve qualquer aproveitamento económico ou
movimento migratório de povoamento das mesmas até à primeira metade
do século XV.
No Verão de 1431 Gonçalo Velho Cabral terá descoberto os ilhéus
das Formigas e, no ano seguinte (1432) as ilhas de Santa Maria e de
São Miguel,<ref>Gaspar Frutuoso assim descreveu o
acontecimento: "Pelas informações e notícia que o Infante D.
Henrique tinha destas ilhas dos Açores, tendo o dito Infante em sua
casa um nobre e esforçado cavaleiro, chamado Frei Gonçalo Velho
Cabral, comendador do Castelo de
Almourol, que está sobre o rio Tejo, o mandou descobrir destas
ilhas dos Açores a ilha de Santa Maria." (Saudades da
Terra).</ref>.
O povoamento das ilhas foi atribuído por carta régia de D. Pedro
(regente durante a menoridade de D. Afonso V) de 2 de Julho de
1439, ao mesmo Gonçalo Velho, que deveria povoar as sete ilhas
então conhecidas, onde já anteriormente mandara lançar gado:
"
A quantos esta carta virem fazemos saber que o infante D.
Henrique, meu tio, nos enviou dizer que ele mandara lançar ovelhas
nas sete ilhas dos Açores e que, se nos aprouvesse, que as mandaria
povoar. E porque a nós isso apraz, lhe damos lugar e licença que as
mande povoar." (ANTT. Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 19, fl.
14.)
O povoamento iniciou-se naquele mesmo ano, pela Ilha de Santa
Maria e depois São Miguel, tendo Gonçalo Velho Cabral sido nomeado
como capitão do donatário, com famílias oriundas do Alentejo e do
Algarve. O povoamento contaria ainda com portugueses de outras
partes do reino, assim como mouros, judeus e também flamengos,
estes últimos por influência de D. Isabel (esposa de Filipe III,
Duque de Borgonha e condessa de Flandres), irmã do infante D.
Henrique.
Para incentivá-lo, a carta de 5 de Abril de 1443 concedeu a
Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, e aos moradores e
povoadores das ilhas a isenção do pagamento da dízima e portagens
"de todas as coisas que delas trouxerem ao reino".
A denominação e
povoamento da ilha
Não há certeza quanto à data de descoberta da ilha, embora a
mesma já figure em portulanos quatrocentistas. Foi inicialmente
denominada como Ilha de Jesus Cristo e, posteriormente como
Ilha de Jesus Cristo da Terceira, até se afirmar a
designação atual de apenas Terceira. O cronista Gaspar
Frutuoso relaciona várias hipóteses para a sua primitiva
designação:
- por ter sido achada a 1 de janeiro, dia em que se
celebrava<ref>Anteriormente à Reforma Litúrgica</ref> a
festa do Santo Nome de Jesus;
- por pertencer ao Mestrado da Ordem de Cristo;
- por ter sido descoberta na Quinta ou Sexta-Feira Santas, ou em
dia de Corpo de Deus;
- por ser a Sé de Angra da invocação do Salvador.
Dentre estas, acrescenta que lhe parecia mais certo o
descobrimento da ilha ter ocorrido em dia do Corpo de Deus, por
estar o tempo mais propício à navegação<ref>Livro Sexto das
Saudades da Terra.</ref>
A ilha começou a ser povoada a partir da sua doação, por carta
do Infante D. Henrique datada de 21 de Março de 1450, ao flamengo
Jácome de Bruges. Este trouxe as suas gentes, muitas famílias
portuguesas e algumas espécies de animais, tendo o seu desembarque
ocorrido, segundo alguns estudiosos no Porto Judeu, e segundo
outros no chamado Pesqueiro dos Meninos, próximo à Ribeira Seca.
Gaspar Frutuoso refere, a seu turno:
"
(...) Afirmam os povoadores antigos da Ilha Terceira que fora
primeiro descoberta pela banda do norte, onde chamam as Quatro
Ribeiras, em que agora está a freguesia de Santa Beatriz, que foi a
primeira igreja que houve na ilha, mas não curaram os moradores de
viver ali por ser a terra muito fragosa e de ruim porto.
(...)." (FRUTUOSO, Gaspar.
Saudades da Terra (Livro VI).
cap. I, p. 8-9)
A primeira povoação terá sido no lugar de
Portalegre<ref>"(...) Não é da mesma forma a respeito do
local onde foi assentar-se a primeira povoação: porque evitando ser
avistada do mar, por causa das guerras que tínhamos com Espanha, e
com medo de ser assaltada e destruída (...). E por mui parecido com
os campos do alentejo lhe chamaram Porta Alegre... lugar que mais
lhe havia agradado (...)." (DRUMMOND, Francisco Ferreira.
Anais da Ilha Terceira vol. I, cap. V, pp.
29-32.</ref>, erguendo-se um pequeno templo, o primeiro da
ilha, sob a invocação de Santa Ana.
Tomadas as primeiras providências para a fixação das gentes,
Brugues retornou ao reino a pedir mais gente para auxiliá-lo no
povoamento. Nessa viagem, terá passado pela ilha da Madeira, de
onde trouxe Diogo de Teive, a quem foi atribuído o cargo de seu
lugar-tenente e Ouvidor-geral da ilha Terceira. Além destes
titulares, vieram para a ilha alguns frades franciscanos para o
culto religioso, visto que as ilhas pertenciam à Ordem de
Cristo.
Poucos anos mais tarde, Jácome de Brugues fixa a sua residência
no sítio da Praia, lançando os fundamentos da sua igreja matriz em
1456, daí administrando a capitania da ilha até à data do seu
desaparecimento (1474), em circunstâncias não esclarecidas,
acredita-se que durante uma viagem entre a ilha e o continente.
Entre os primeiros povoadores cita-se ainda o nome de outro
flamengo, Fernão Dulmo, que recebeu terras nas Quatro Ribeiras,
entre o Biscoito Bravo e a Ribeira da Agualva, lugar onde, segundo
o historiador Francisco Ferreira Drummond "...ali desembarcou
com trinta pessoas, cultivou a terra e deu princípio à
igreja".
Em 1460, após a entrega da capitania da ilha Terceira a Jácome
de Bruges, o Infante D. Henrique doou a ilha e a Graciosa ao
Infante D. Fernando, seu sobrinho adotivo. Falecido este, em 1470,
assumiu a donataria, durante a menoridade do Infante D. Diogo, a
Infanta D. Beatriz, sua mãe. Mediante o desaparecimento de Brugues,
ela dividirá a ilha em duas capitanias, em 1474:
- a capitania de Angra - entregue a João Vaz Corte Real; e
- a capitania da Praia - entregue a Álvaro Martins Homem (embora
este já tivesse iniciado o povoamento no lugar de Angra).
As ilhas do Faial e do Pico haviam sido doadas,
cerca de 1466, a um outro flamengo, Josse Van Huertere, que iniciou
o povoamento com famílias flamengas, mudando-se mais tarde para a
ilha das Flores e, posteriormente, para a Terceira e para São
Jorge.
Para o povoamento contribuíram, além de portugueses e
neerlandeses, madeirenses, escravos africanos, degredados,
cristãos-novos e judeus. Ele foi acompanhado, em todo o
arquipélago, pela sua exploração económica, que se traduziu em
queimadas e arroteamento de baldios, na introdução de culturas como
a do trigo (exportado durante o século XV para o reino e praças
portuguesas em África) e a da cana-de-açúcar, na indústria do
pastel (corante) e na exportação de madeiras para a construção
naval. Isso explica por que, nos Açores, o século XVI foi marcado
por um enorme desenvolvimento económico e social, que se prolongou
até aos finais do século XIX, altura em que se introduziram outras
espécies agrícolas, de grande rendimento, como o chá, o tabaco e o
ananás.
Os Açores seriam, pouco tempo mais tarde, um dos últimos focos
de resistência à realeza espanhola, suportando com denodo o assédio
do inimigo castelhano, rendendo-se apenas no Verão de 1583.
Com a aclamação de João IV de Portugal, os Açores aderiram
imediatamente à Restauração da Independência, o que, contudo, foi
dificultado pela existência de uma grande resistência castelhana em
Angra do Heroísmo; porém, em 1642, os Açores voltaram à soberania
portuguesa.
Em 1766, a divisão do arquipélago em capitanias foi alterada,
passando a existir, a partir de então, uma capitania geral, com
sede em Angra do Heroísmo. Foi também na ilha Terceira, que se
travou, em 1829, em virtude do golpe de estado absolutista que pôs
D. Miguel no poder, uma violenta batalha entre miguelistas e
liberais, da qual saíram vitoriosos estes últimos: a batalha da
Praia da Vitória. Em 1832, D. Pedro chegou aos Açores e aí formou o
seu governo, presidido pelo marquês de Palmela, e do qual faziam
parte Mouzinho da Silveira e Almeida Garrett, sendo promulgadas
muitas reformas importantes.
Dada e necessidade de defesa das gentes, da manutenção de uma
posição estratégica no meio do Atlântico e da imensa riqueza que
por esta terra passava vida do Império Português e mais tarde
também do Império Espanhol a ilha terceira foi fortemente
fortificada dando-se inicio desde o povoamento à construção de uma
rede de fortificações que foram construídas ao longo da costa,
fazendo com que a ilha se transforma-se numa verdadeira fortaleza
no meio do atlântico dispondo ao no total de 78
fortificações.
Cronologia
Século
XV
- 1427 ou 1432 - Início do processo de descoberta do arquipélago
por Diogo de Silves (ilhas dos grupos Oriental e Central);
- 1439 - Carta Régia de 2 de Julho concede licença ao Infante D.
Henrique para o povoamento das ilhas;
- 1444 a 1449 - Provável descoberta da ilha Terceira, de acordo
com Gaspar Frutuoso
- 1449 - Carta Régia de 10 de Junho confirma a autorização
concedida em 1439 ao Infante D. Henrique para o povoamento das
ilhas;
- 1450 - Jácome de Bruges, um fidalgo flamengo, é nomeado pelo
Infante como capitão do donatário da Terceira (21 de Março);
- 1456 – Chegam à ilha Terceira os primeiros frades franciscanos
que logo tratam de edificar uma ermida e em 1470 o Convento de S.
Francisco de Angra.
- 1460 - Doação das ilhas Terceira e Graciosa, pelo Infante, a
seu sobrinho, D. Fernando. Com a morte deste, durante a menoridade
de seu filho, D. Diogo, a viúva, Dna. Beatriz, mãe de Diogo, assume
a direção da donataria. A 9 de Fevereiro é assinada a carta régia
da referida doação mencionada a cima;
- 1461 - Por determinação de D. Fernando, chega à Terceira Álvaro
Martins Homem, fundador de Angra;
- 1470 - Fundação do Convento de S. Francisco de Angra, A
custódia deste convento foi entregue em 1480;
- 1470 - (30 de Março) - D. Fernando apresenta Frei Gonçalo ao
vigário da Ordem de Cristo, indicando-o como cura e capelão da Ilha
Terceira;
- 1474 - D. Beatriz divide a Terceira ao meio originando duas
capitanias, pela Ribeira Seca, sita aquém da Ribeira de São João
que ficou na parte de Angra e a outra até a costa, numa linha que
ligava o noroeste ao sudeste da ilha, a da Praia.
- 1474 - (17 de Fevereiro) - Doação da capitania da Praia, onde
fizera assento Jácome de Bruges, a Álvaro Martins Homem que, já se
tinha instalado e construído moinhos na parte de Angra.
- 1474 - (2 de Abril)- Doação da capitania de Angra a João Vaz
Corte Real, da Casa do Duque donatário, por serviços
prestados.<ref>Carta de Doação de Dna. Beatriz, a 2 de Abril
de 1474)</ref>;
- 1478 - a povoação de Angra é elevada à condição de Vila;
- 1478 a 1480 - a povoação da Praia é elevada à condição de
Vila;
- 1480 Fundação do Mosteiro da Nossa Senhora da Luz, da Praia
pela mão de Catarina de Ornelas, filha de Diogo de Teive Ferreira.
Foi padroeiro o 2.º capitão da Praia, Antão Martins Homem
(encartado a 26.III.1483)
- 1480 (Agosto) - Angra
já era vila, segundo a documentação refrida por Frei Diogo das
Chagas.
- 1481 Capítulo da Cortes de Évora, onde se estipula que quem
levar os seus escravos de serviço, para ilhas, não pagam por eles a
dízima quando regressarem ao Reino.
- 1482 (20 de Abril) - como ouvidor do donatário, e
encontrando-se na ilha Terceira, Afonso do Amaral, recebe mandado
para entregar o polouro da justiça ao ouvidor então enviado, Garcia
Álvares, que era escudeiro e morador em Beja.
- 1482 (18 de Agosto), Afonso do Amaral como ouvidor, confirma a
doação de terras em sesmaria a João Leonardes.
- 1482 (6 de Setembro), Duarte Paim recebe terras para proceder à
fundação da Praia e toma medidas de protecção e segurança contra as
investidas dos navios de Castela.
- 1483 (13 de Janeiro), aparece pela primeira vez em
documentação, (uma escritura de compra e venda), uma referência a
Angra
como sendo vila.
- 1483 (4 de Maio), É feita a doação da capitania da ilha de São
Jorge ao capitão-donatário de Angra, João Vaz Corte Real.
- 1489 (1 de Junho) - João II de Portugal doa as ilhas Terceira e
Graciosa a D. Manuel, duque de Beja e de Viseu;
- 1492 (15 de Março) a irmandade do Espírito
Santo funda aquele que foi o primeiro hospital de Angra junto à
Igreja da Misericórdia, nos fins da actual Rua de Santo Espírito e
das Portas do Mar (ver Ermida de Santo Espírito).
- 1493 - encontra-se concluído o Castelo de São Luís, na vila de
Angra;
- 1495 - D. Manuel, por Alvará de 19 de Maio, confirma a João Vaz
Corte Real na capitania de Angra e faz-lhe mercê da alcaidaria do
Castelo de São Luís (Angra), e da ilha de São Jorge;
Século
XVI
- 1527 - criação da Provedoria das Armadas, com sede em
Angra;
- 1534 - (24 de Agosto) Carta Régia de João III de Portugal eleva
à categoria de cidade a vila de Angra; no mesmo ano, o Papa Paulo
III eleva Angra a sede de bispado;
- 1580 - chegam à Terceira as notícias da aclamação de António I
de Portugal e de iminente invasão espanhola; invasão de Portugal:
as tropas de D. António são derrotadas na batalha de
Alcântara;
- 1581 - Filipe II de Espanha é aclamado como rei de Portugal nas
Cortes de Tomar; a Terceira resiste, dando apoio a D. António; uma
armada, sob o comando de D. Pedro de Valdez bloqueia a ilha e
intenta um desembarque, a 25 de Julho, na baía da Salga, ferindo-se
a batalha da Salga, favorável as armas de D. António; no episódio
destacam-se as figuras de Ciprião de Figueiredo e de Brianda
Pereira;
- 1582 - (13 de Fevereiro) Ciprião de Figueiredo manda a Filipe
II de Espanha a sua famosa carta onde se lê a frese que que passou
a ser a divisa dos Açores: Antes morrer livres que em paz
sujeitos.
- 1583 - a (27 de Julho), uma armada de 27 navios sob o comando
de D. Álvaro de Bazán, marquês de Santa Cruz, com tropas
capitaneadas pelo Mestre de Campo D. Lopo de Figueroa, logram
sucesso no desembarque da Baía das Mós (atual freguesia de São
Sebastião), derrotando as forças leais a D. António, apesar da
artilharia constante dos Forte de Santa Catarina das Mós, do Forte
da Greta, do Forte do Bom Jesus e do Forte do Pesqueiro dos Meninos
que cercam a baía;
- 1583 a (28 de Julho) começa o saque de Angra pelos
espanhóis.
- 1591 O Marquês de Santa Cruz derrota a frota militar portuguesa
sedeada em Angra que o confronta junto do ilhéus da Mina.
Século
XVII
- 1640 (1 de Dezembro - restauração da Independência de Portugal,
com a aclamação de João IV de Portugal;
- 1641 - Francisco Ornelas da Câmara, Capitão-mor da Vila da
Praia, é encarregado por D. João IV de aclamá-lo na Terceira,
reduzindo à obediência o
Castelo de São Filipe no Monte Brasil; em cumprimento às
instruções recebidas, Ornelas promove a aclamação na Praia (24 de
Março) e logo após, em Angra;
- 1641 a (26 de Março) eclode a rebelião popular dos Minhas
Terras.
- 1641 (27 de Março) - início do cerco ao Castelo de São Filipe;
Angra é ocupada militarmente pelo seu Capitão-mor, João Bettencourt
de Vasconcelos, que pede auxílio militar ao Capitão-mor da Praia,
Francisco Ornelas da Câmara.
- 1641 a (28 de Março) Manuel Jaques, com uma companhia da
freguesia da Ribeirinha que incluía mulheres, conquista o Forte de
São Sebastião, de onde os espanhóis Fogem por mar para a
Fortaleza de São João Baptista.
- 1641 a (31 de Março), domingo de Páscoa, D. João IV foi
aclamado rei em Angra, sob o fogo cerrado das baterias espanholas,
foi um dos acontecimentos mais “impressionantes” da Restauração
segundo o Historiador José Manjardino: "a aclamação fez-se num
ambiente dramático que já aqui em tempos se apontou como a mais
espectacular e genuína restauração da independência havida em
terras de Portugal. Uma procissão cívica percorria as ruas até à
Praça, convergindo para a Sé, onde se cantou um Te Deum, tudo ao
ritmo e sob a fumarada da artilharia castelhana que, do castelo de
São Filipe, disparava sem cessar sobre a cidade."
- 1641 (20 de Junho) D. Luís Peres de Viveiros, com os trezentos
soldados que trazia para socorrer a guarnição espanhola cercada em
São Filipe, rende-se a Francisco de Ornelas junto aos ilhéus da
Mina;
- 1642 (4 de Março) - rendição das tropas espanholas. O
Governador do Castelo de São Filipe, D. Álvaro de Viveiros
entrega-se aos portugueses; (tendo-se a noticia espalhado a partir
do largo da entrada para o Parque Municipal do Relvão e do Poço do
azeite, largo que passou a chamar-se Largo da Boa Nova) o governo
interino da praça fica a cargo do Capitão-mor de Angra, a quem são
entregues as suas chaves; o Capitão-mor da Praia seguiu para
Lisboa com a notícia da
rendição da praça;
- 1643 - Por Alvará de 2 de Abril, D. João IV concede à cidade de
Angra o título de "Mui nobre e leal", pela sua bravura durante a
Guerra da Restauração;
Século
XVIII
- 1755 a (1 de Novembro) a zona oriental da ilha e a baixa de
Angra foram invadidas pelas águas de um tsunami provocado pelo
Terramoto de Lisboa e que, no seu refluxo levaram as muralhas do
cais alterando definitivamente a face marítima da cidade;
- 1766 (2 de Agosto) - Angra passa a ser a sede da Capitania
Geral dos Açores;
Século
XIX
- 1821 a (1 de Abril) Francisco António de Araújo encabeça uma
primeira revolta constitucionalista, feita abortar pela força das
armas pelo capitão-general Francisco de Borja Garção Stockler.
- 1828 a 1829 - no contexto da Guerra Civil Portuguesa
(1828-1834), a Terceira é sede da Junta Provisória do Reino;
- 1828 a (22 de Junho) começa em Angra a sublevação liberal que,
partindo desta cidade e quatro anos volvidos, triunfaria no país
inteiro”
- 1829 - (11 de Agosto) - Batalha da Praia da Vitória, com a
derrota dos Miguelistas, assegura o liberalismo na Terceira;
- 1830 - Instalação da Regência - governo provisório Liberal - em
Angra;
- 1830 - Por força do Decreto de 15 de Março - Angra é nomeada
capital do Reino de Portugal.
- 1830 (19 de Outubro) - é içado pela primeira vez em território
português o pavilhão Constitucional na Fortaleza do Monte
Brasil;
- 1832 (6 de Abril) - parte da Terceira com passagem pela ilha de
São Miguel os Voluntários da Rainha junto com o Batalhão de
Caçadores n.º 2. "Exército Libertador", que entrará para a História
de Portugal como "Os Bravos do Mindelo";
- 1837 - Por Carta Régia, pelos serviços prestados durante a
Guerra Civil, a cidade de Angra acrescenta aos seus títulos o de
"Heroísmo" e de "Sempre Constante", tornando-se a "Mui Nobre, Leal
e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo"; a sua Câmara
Municipal é condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e
Espada, Valor, Lealdade e Mérito, recebendo um novo brasão de
armas;
- 1837 (12 de Janeiro) - Por Carta Régia é concedida à Vila da
Praia o título de "Muito Notável e de Vitória", tornando-se "Muito
Notável Vila da Praia da Vitória";
- 1896, (27 de Junho), Ngungunhane, último imperador de Gaza,
actual Moçambique, e último monarca da dinastia Jamine, chega à
ilha Terceira, Açores, onde permanece como prisioneiro.
Século
XX
- 1901 - Visita de Carlos I de Portugal e sua esposa, Amélia de
Orleães, aos Açores;
- 1906, (23 de Dezembro), Ngungunhane, último imperador Gaza,
actual Moçambique, e último monarca da dinastia Jamine, morre, de
doença cardíaca, no Hospital Militar da Boa Nova, em Angra do
Heroísmo.
- 1943 - No contexto da Segunda Guerra Mundial são construídas
uma base área britânica e outra estadunidense na Terceira,
respectivamente no Aeródromo da Achada e nas Lajes;
- 1976 - Toma posse o primeiro governo da Região Autónoma dos
Açores;
- 1980 (1 de Janeiro) - grande terramoto abala a ilha;
- 1981 (20 de Junho) - Elevação da Vila da Praia da Vitória a
cidade.
- 1983 - A cidade de Angra do
Heroísmo é classificada como Património da Humanidade pela
UNESCO.
Relação de embarcações naufragadas na Baía de Angra
Século
XVI
- 1542 – Naufrágio da nau cognominada Grifo, capitaneada
por Baltazar Jorge. <ref> [Relação das Naus da Índia
pertencente à British Library, Códice Add. 20902.]
</ref>
- 1555 - Naufrágio da nau Assumpção,
comandada por Jácome de Melo. <ref> [Relação das Naus da
Índia pertencente à British Library, Códice Add. 20902.]
</ref>
- 1555 - Naufrágio da nau alcunhada de Algarvia Velha,
acabada de chegar das Índias.
<ref> [Manuel de Faria e Sousa, Ásia Portuguesa.]
</ref>
- 1556 - (6 de Agosto) - Naufrágio da nau Nossa Senhora da
Vitória, da Carreira das Índias. <ref> [Anais do Clube
Militar Naval, Portugal.] </ref>
- 1556 - (6 de Agosto) - Naufrágio da nau Nossa Senhora da
Assunção, Carreira das Índias. <ref> [Anais do Clube
Militar Naval, Portugal.] </ref>
- 1560 – Naufrágio de uma nau espanhola, da qual não se sabe o
nome. <ref> [encontra-se referenciada nos documentos do
historiador naval espanhol oitocentista, Fernández Duro.]
</ref>.
- 1583 - (21 de Outubro) – Naufrágio de 1.º patacho de um total
de três embarcações naufragadas no mesmo dia. Embarcação confiscada
pelos Espanhóis à Armada do Prior do Crato.
- 1583 – 21 de Outubro – Naufrágio de 2.º patacho. Embarcação
também da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos
espanhóis.
- 1583 – 21 de Outubro – Naufrágio de 3º patacho. Embarcação
igualmente da Armada do Prior do Crato e confiscada pelos
espanhóis. Estes três barcos foram atiradas para a costa pelo
famoso vento Carpinteiro.
- 1586 - (17 de Setembro) – Naufrágio da nau Santa Maria,
de nacionalidade espanhola e provinda de São Domingo. Devido ao nau
tempo.
- 1586 - (18 de Setembro) – Naufrágio de 1.ª nau de um total de
três naufragadas no mesmo dia, era de nacionalidade espanhola
(capitania) de 30 canhões de bronze. Devido ao mau
tempo.
- 1586 – 18 de Setembro – Naufrágio de 2.ª nau de nacionalidade
espanhola (Nuestra Señora de la Concepción), de que se
recuperou parte da carga.
- 1586 – 18 de Setembro – Naufrágio de 3.ª nau de nacionalidade
espanhola. <ref> [Legayo 5108 do Arquivo General de las
Indias.] </ref>
- 1587 - Naufrágio de um galeão português (Santiago)
capitaneado por Francisco Lobato Faria e provindo de Malaca. Perdeu a
amarra, salvando-se a gente e a fazenda. <ref> [Relação das
Naos da Índia, da British Library.] </ref>
- 1587 - Naufrágio de ma nau espanhola que provinha do Novo
Mundo. Foi salva a carga de ouro e prata num valor que na altura
somou um total de 56 000 escudos.
- 1588 - (Agosto) – Naufrágio da nau portuguesa São Tiago
Maior, da Armada de 1586.
- 1589 - (4 de Agosto) – Naufrágio, dentro de fortalezas, o
galeão São Giraldo de nacionalidade portuguesa e provindo de
Malaca. Com este acontecimento, inícia-se o período Linschoten.
<ref> [Histoire de la Navigation, Linschoten.]
</ref>
- 1589 - (20 de Outubro(. Afundamento da nau espanhola Nuestra
Señora de Guia, posta a pique por corsários, com 200 000
ducados em ouro, prata e pérolas a bordo. <ref> [Histoire de
la Navigation, Linschoten.] </ref>
- 1589 – Naufrágio à entrada de Angra da nau espanhola Trinidad,
vinda do México, o
acontecimento descrito por <ref> [Histoire de la Navigation,
Linschoten.] </ref> <ref> [Abbé Prévost, na sua
Histoire des Voyages.] </ref>
- 1590 – (Janeiro) - Naufrágio de uma nau espanhola.
- 1590 – Janeiro – Naufrágio de uma nau espanhola da Armada da
Biscaia.
- 1590 – Janeiro – Naufrágio de uma nau espanhola nos rochedos à
entrada da Baía de Angra.
Século
XVII
- 1605 – Naufrágio da nau portuguesa sob o comando do
Capitão Manuel Barreto Rolim.
- 1606 – Naufrágio da nau São Jacinto, embarcação da
Carreira da Índia e provinda de Goa.
- 1642 – Afundamento da embarcação comercial carregada de
mantimentos que foi “apanhada” pelos espanhóis sitiados na
Fortaleza de São Filipe durante a Guerra da Restauração. Foi
afundada pela acção conjunto do mau tempo e pelo bombardeamento da
artilharia portuguesa para evitar que os espanhóis adquirissem os
mantimentos.
- 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio de 1.º navio (de um total de
4) proveniente do Brasil.
- 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio de 2.º navio proveniente do
Brasil.
- 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio 3.º navio proveniente do
Brasil.
- 1649 - 12 de Fevereiro – Naufrágio 4.º navio proveniente do
Brasil. Tendo em atenção a data. Foi certamente pela acção do mau
tempo. São os 4 referidos por <ref> [Francisco Ferreira
Drummond nos Anais da Ilha Terceira.] </ref>
- 1650 – Naufrágio da nau Santo António, vinda de São
Cristóvão, salvando-se a mercadoria.
- 1663 – 1.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil, foi o maior desastre de que há registo ocorrido na Baía
de Angra, por acção duma tempestade. Fora o que deu à costa, a
carga perdeu-se.
- 1663 – 2.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 3.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 4.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 5.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 6.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 7.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 8.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil.
- 1663 – 9.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que provinha
do Brasil
- 1663 – 10.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que
provinha do Brasil.
- 1663 – 11.º Naufrágio de 1 navio de uma frota de 11 que
provinha do Brasil. Este acontecimento provoca a interdição real da
arribada em Angra.
- 1674 – Naufrágio de uma embarcação de origem holandesa,
de 50 canhões. <ref> [arquivo dos Affaires Etrangères.]
</ref>
- 1690 - (26 de Março), Naufrágio sobre a amarra de uma nau
destinada a Cabo Verde,
carregada com sinos e cal destinados à construção de uma
igreja.
- 1697 – 1.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de
trigo.
- 1697 – 2.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de
trigo.
- 1697 – 3.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de
trigo.
- 1697 – 4.º naufrágio de uma frota de 4 navios carregados de
trigo.
- 1698 – Junho, último naufrágio documentado no século XVII, o do
navio francês St.
François, este acontecimento deu origem ao início do “século
dos naufrágios franceses”.
Século
XVIII
- 1702 - (10 de Dezembro), naufrágio da fragata
francesa Fla Orbanne, naufraga nos baixios de Angra. Este
acidente deixou informações nos livros de óbitos da freguesia da
Sé, aquando da inumação dos náufragos dados à costa da cidade.
<ref> [Affaires Etrangères, B1.652, Fº 64.] </ref>
- 1721 – Dezembro, um navio francês, o Le Elisabeth,
naufraga na Baía de Angra. houve náufragos que foram sepultados nos
cemitérios da cidade.
- 1750 – Naufrágio da fragata francesa Andromade, provinda
de São Domingo.
Século
XIX
- 1811 – 10 de Março, naufrágio por força de uma
tempestade de uma escuna inglesa, a Mirthe que encalha no
areal do Porto Novo.
- 1811 - 10 de Março, naufrágio por força de uma tempestade de
uma escuna inglesa, a Louise na Prainha.
- 1811 – (4 de Dezembro) - 1.º naufrágio de uma frota de 7
navios, açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 2.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 3.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 4.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 5.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 6.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal.
- 1811 – 4 de Dezembro - 7.º naufrágio de uma frota de 7 navios,
açoitados pelo temporal. <ref> [No Arquivo Geral da Marinha
Portuguesa, encontram-se referências a estes naufrágios, a 18 de
Fevereiro de 1832, do Iate Nerco e, em 1841da escuna D. Clara.]
</ref>
- 1815 – (10 de Março), por força de uma tempestade encalha uma
escuna inglesa, a Belle of Plymouth, no areal do Porto
Novo.
- 1856 - (1 de Março), naufrágio de uma galera inglesa
(Europe), que encalha na Prainha.
- 1858 – (19 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a
escuna portuguesa denominada Palmira.
- 1858 – 19 de Janeiro, por acção de uma tempestade naufraga o
patacho português (Desengano).
- 1858 – (23 de Janeiro), por acção de uma tempestade naufraga a
escuna inglesa Daring.
- 1861 – Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade
naufraga a escuna Gipsy, destinada à carga da laranja que
encalhada na Prainha.
- 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade
naufraga o patacho Micaelense, destinado à carga da laranja, barco
com de 111 toneladas.
- 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade
naufraga o patacho Adolin Sprague, destinado à carga da
laranja, com 211 toneladas.
- 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade
naufraga, a escuna inglesa Wave Queene, destinado à carga da
laranja, com 75 toneladas.
- 1861 - Entre 25 e 26 de Janeiro, por acção de uma tempestade
naufraga o lugre Destro Açoriano, destinado à carga da
laranja, com 224 toneladas.
- 1863 - (18 de Fevereiro), naufrágio da escuna
Breeze.
- 1864 – Naufrágio da escuna inglesa Gurden Rebow.
- 1864 – (12 de Outubro), naufrágio do brigue
Washington.
- 1865 - Naufrágio do primeiro navio a vapor nesta baía, o inglês
Runher.
- 1867 - (11 de Fevereiro), naufrágio da galera inglesa
Ferozepore.
- 1872 - (4 de Agosto), naufraga na Baía de angra o primeiro
navio de origem alemã, o patacho
Telegraph.
- 1878 - (16 de Fevereiro), o vapor Lidador de
nacionalidade brasileira, encalha no cais da Figueirinha.
- 1893 - Devido a um ciclone, naufraga a embarcação Segredo
dos Açores.
- 1896 – (13 de Outubro), sob a força do “vento Carpinteiro”,
naufraga o patacho Fernão de Magalhães, de 180
toneladas,
- 1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”,
naufraga o lugre Príncipe da
Beira, de 275 toneladas
- 1896 – 13 de Outubro, sob a força do “vento Carpinteiro”,
naufraga o lugre Costa Pereira, de 196 toneladas.
Século
XX
- 1906 – (30 de Setembro), naufraga o iate Rio
Lima, que dá à costa no baixinho do Portinho Novo.
- 1921 – (28 de Abril), naufraga o lugre Maria Manuela, na
ponta do Castelinho.
- 1996 (na noite de 25 para 26 de Dezembro) - Encalhe da
embarcação Fernão de Magalhães, destinada a cabotagem inter-ilhas e
destas com o continente português pela acção do temporal.
<ref> [ Diário Insular de 27/12/1996, ano L, n.º 15099.]
</ref>
Galeria
-
Imagem:Achada, interior
da ilha Terceira, Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Costa Sul da ilha
Terceira, Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Cidade da Praia da
Vitória e vista parcial da Baía da Praia da Vitória, ilha Terceira,
Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Interior selvagem
da ilha Terceira, Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Pelos caminhos
floridos da ilha Terceira.jpg
-
Imagem:Floresta da ilha
Terceira, mistura entre a Laurisilva e as plantas introduzidas,
Açores, Portugal.jpg
-
Imagem:Parque Florestal
da Mata da Serreta, Interior da ilha Terceira, Açores,
Portugal.JPG
-
Imagem:Estradas do
interior da ilha Terceira, Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Estradas do
interior da ilha Terceira Açores, Portugal.JPG
-
Imagem:Costa norte da
ilha Terceira, Açores, Portugal.jpg
Notas
Ver
também
- Lista de embarcações naufragadas ao redor da costa da ilha
Terceira
- Lista de naufrágios ocorridos nos mares dos Açores
Ligações externas
Commons
O
Wikimedia Commons possui
multimedia sobre
Terceira
Arquipélago dos
Açores
|
Grupo
Oriental |
Santa Maria • São Miguel |
Bandeira dos
Açores |
Grupo
Central |
Terceira • Graciosa •
São Jorge • Pico • Faial |
Grupo
Ocidental |
Flores • Corvo |
Ilhéus |
Ilhéus das Formigas • Ilhéu de Vila Franca • Ilha Sabrina • Ilhéus
dos Mosteiros • Ilhéus das Cabras • Fradinhos • Ilhéu do Topo •
Ilhéus dos Rosais • Ilhéu da Praia • Ilhéu de Baixo • Ilhéus da
Madalena • Ilhéu Maria Vaz • Ilhéu do Monchique |
Recifes,
bancos e montes submarinos |
Dollabarat • Banco Princesa Alice • Banco D. João de Castro •
Fontes hidrotermais e montes submarinos dos Açores |
</center>
Áreas remotas sob soberania de países
europeus
|
Dinamarca:
Gronelândia
• Espanha: Alborão • Alhucemas • Canárias • Ceuta •
Chafarinas • Melilha • Perejil • Vélez de la Gomera •
França: Clipperton • Guadalupe •
Guiana
Francesa • Martinica •
Mayotte • Nova
Caledónia • Polinésia
Francesa (Ilhas Marquesas, Tuamotu, Ilhas da Sociedade) •
Reunião • São Bartolomeu • São Martinho • São Pedro e Miquelão •
Terras Austrais e Antárticas Francesas (Amsterdão, Bassas da Índia,
Crozet, Europa, Gloriosas, João da Nova, Kerguelen, São Paulo,
Terra Adélia, Tromelin) • Wallis e Futuna • Itália:
Pantelária, Ilhas Pelágias (Lampedusa, Linosa,
Lampione) • Países Baixos: Antilhas Neerlandesas
(Bonaire, Curaçao,
Saba, Santo Eustáquio, São
Martinho) • Aruba •
Portugal: Açores (São
Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Santa Maria, Graciosa,
Flores, Corvo, Formigas) • Madeira (Desertas, Madeira, Porto Santo,
Selvagens) • Noruega: Bouvet • Ilha de Pedro I
• Terra da Rainha Maud • Reino Unido: Anguilla • Bermudas •
Ilhas Cayman •
Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul • Ilhas Malvinas •
Montserrat •
Ilhas Pitcairn (Pitcairn,
Henderson,
Ducie, Oeno) •
Santa Helena
(Ascensão, Santa Helena,
Tristão da Cunha, Gonçalo
Álvares) •
Território Britânico do Oceano Índico (Arquipélago de Chagos) •
Turks e Caicos • Ilhas
Virgens Britânicas Rússia: Khabomai • Diomedes
Maior • Shikotan |
114px |
Terceira
ca:Terceira cs:Terceira de:Terceira (Insel) en:Terceira Island
es:Isla Terceira et:Terceira eu:Terceira fi:Terceira fr:Terceira
gl:Terceira it:Terceira ja:テルセイラ島 nl:Terceira nn:Terceira
pl:Terceira ru:Терсейра (Азорские острова) sv:Terceira
uk:Терсейра (острів)