Ruínas de Kilwa Kisiwani e de Songo Mnara

As ruínas de Kilwa Kisiwani e de Songo Mnara localizam-se nas duas pequenas ilhas de mesmo nome, à entrada de uma baía no sueste da costa da Tanzânia.

Ambas representam os vestígios de dois grandes portos comerciais onde, entre os séculos IX e XVI, se trocou o ouro e ferro do Zimbabwe, escravos e marfim de toda a África Oriental, por tecidos, porcelana, jóias e especiarias da Ásia. Estas ilhas foram inscritas pela UNESCO em 1981 na lista dos locais que constituem Património da Humanidade e, em 2004, na Lista do Património Mundial em Perigo.

História

Antecedentes

As ilhas de Kilwa Kisiwani (Quíloa, na História de Portugal) e de Songo Mnara parecem ter sido ocupadas no século IX, provavelmente por populações swahili. Nessa época, um chefe da ilha de Kilwa Kisiwani vendeu-a a um mercador árabe chamado Ali bin Al-Hasan, fundador da Dinastia Shiraz. Entre os séculos XI e XV, os seus descendentes nelas estabeleceram o mais poderoso centro comercial da África Oriental. No século XIII, os seus chefes dominavam todos os centros comerciais da costa africana, desde a Ilha de Pemba, a norte, até Sofala, no sul.

O mundo ocidental ficou a conhecer Kilwa através dos escritos do geógrafo marroquino Ibn Batuta, que a visitou em 1331. Ele ficou extasiado pela "beleza da grande cidade, com edifícios construídos de pedra de coral, normalmente com um único piso e pequenos compartimentos separados por maciças paredes e com telhados formados de placas da mesma pedra, suportados pelas paredes e por estacas de mangal." Mas também encontrou "estruturas formidáveis de vários pisos e algumas belamente ornamentadas com pedra esculpida nas entradas, tapeçarias e nichos cobrindo as paredes e o chão com carpetes... Claro que estas eram as casas dos ricos, porque os pobres viviam em casas de palha, vestiam-se apenas com um pano sobre as ancas e comiam apenas papas de milho..."

A presença portuguesa

Em 1500, a caminho da Índia, o português Pedro Álvares Cabral também visitou Kilwa e referiu-se às belas casas de coral e seus terraços, pertencentes a "mouros negros", o que atraiu a atenção dos portugueses. Com a presença destes na região, no início do século XVI, a fortuna de Kilwa mudou radicalmente: Vasco da Gama tomou a ilha em 1502 tornando-a tributária de Portugal. Como o sultão cessasse de pagar o seu tributo, em 24 de Julho de 1505, as forças de D. Francisco de Almeida, primeiro Vice-rei do Estado Português da Índia, conquistaram-na e iniciaram a construção da primeira fortificação portuguesa de pedra e cal na África Oriental, no dia seguinte, a 25 de Julho. O Forte tinha como função principal proporcionar abrigo aos passageiros das naus da Carreira da Índia que demandavam aquele porto e apenas secundáriamente a de defesa contra eventuais inimigos. Posteriormente as suas instalações viriam a ser utilizadas como prisão denominando-a, por isso, de "Gereza".

De manutenção dispendiosa, gerando recursos insuficientes para a aquisição de especiarias no Oriente pela Coroa portuguesa, o forte foi abandonado e arrasado (1512), concentrando-se as suas funções na Torre Velha de Moçambique.

A reconquista árabe

Em 1512, a ilha foi ocupada por uma força árabe e voltou a ser uma cidade-estado swahili até 1784, quando se tornou num protectorado do Oman e voltou a perder o seu poderio. Em 1843, a cidade vizinha de Kilwa Kivinje, a cerca de 20 km a norte, na costa, passou a ser utilizada como porto e Kilwa Kisiwani foi abandonada e os seus edifícios tornaram-se ruínas.

Do século XX aos nossos dias

Na década de 1950, as autoridades coloniais começaram a explorar as ruínas e, mais tarde a recuperar alguns edifícios. Neste momento Kilwa Kisiwani é um ponto turístico importante. Entre os edifícios mais importantes contam-se:

  • A Grande Mesquita, que era a maior de África quando foi construída, com grandes abóbadas e pilares monolíticos;
  • O Palácio Husuni Kubwa, com cem compartimentos, é o maior edifício pré-europeu em pedra na região oriental e austral de África;
  • A Pequena Mesquita, também abobadada, que é o edifício mais bem preservado na ilha;
  • O Palácio Makutani, com grandes paredes triangulares;
  • O "pequeno" Husuni Ndogo; e
  • A "Gereza" (prisão).

Ver também

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