O Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas é um parque público e centro cultural localizado no bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Localiza-se nas ruínas do prédio que foi a casa da grande mecenas da Belle Époque carioca, Laurinda Santos Lobo. Conhecida como a "marechala da elegância", ela costumava reunir intelectuais e artistas nas dependências do palacete, hoje um projeto premiado do arquiteto Ernani Freire, que manteve a estrutura das ruínas agregando contemporaneidade à casa durante os trabalhos de renovação. As ruínas do antigo palacete passaram por um processo de restauro e impermeabilização minucioso.
O espaço apresenta programação cultural variada. O local apresenta uma vista panorâmica para a Baía de Guanabara, de um lado, e para o Centro da cidade, do outro lado. Com a cidade aos seus pés, o mirante é um bom local para se entender a geografia da cidade, do alto do bairro de Santa Teresa.
O Parque e as ruínas são os resquícios do Palacete Murtinho Nobre, erguido entre 1898 e 1902, e local de residência de Laurinda Santos Lobo, dama da sociedade e herdeira de uma rica e poderosa família, que se dividia entre Rio de Janeiro e Paris. Laurinda nasceu em 1878 na cidade de Cuiabá e era herdeira do grupo Mate Laranjeira. Exercia atividades de mecenato, e chegou a presidir o conselho da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Em sua homenagem, Villa-Lobos compôs a peça Quattour - impressões da vida mundana.
Seu casarão foi, durante a década de 1920, o ponto de encontro do modernismo no Rio de janeiro, e um dos pontos mais badalados da vida cultural carioca durante as duas próximas décadas, sendo um local de festas que reuniam famosos e figuras proeminentes da época, como Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e a bailarina Isadora Duncan, até a morte da anfitriã. Laurinda morreu em 16 de julho de 1946, e não deixou filhos. Em seu testamento, deixou a casa para a Sociedade Homeopática, que, porém, nunca chegou a tomar posse do bem. Depois, o local foi abandonado e invadido, saqueado e ocupado por pessoas em situação de rua. Há relatos de que até as maçanetas, que eram feitas de ouro, foram apropriadas nesse período de abandono, assim como o seu piano.
Em 1993, o governo do estado do Rio de Janeiro tombou o que sobrava da propriedade e, em 1997, foi inaugurado, no local, o Parque das Ruínas. As ruínas apresentam, hoje, um estilo que mistura tijolos aparentes, combinados com estruturas metálicas e estruturas em vidro.
Durante os trabalhos de restauro do palacete, foram recolhidos fragmentos originais da mansão, os quais foram colocados em redomas, criando, assim, um acervo arqueológico permanente do parque. O projeto do local, realizado por Ernâni Freire e Sônia Lopes, foi premiado pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).
O parque possui sala de exposições, auditório para 100 pessoas, um palco de 88 metros quadrados, e cafeteria, que funcionam sob programação especial. Nas áreas ao ar livre, há shows e uma programação especial para as crianças nos finais de semana. Além de oferecer programação cultural, o Parque das Ruínas é um mirante da cidade do Rio de Janeiro: de lá, é possível se ver o Centro, o Pão de Açúcar, parte da orla e os Arcos da Lapa.