Parque Güell

O Parque Güell (em catalão Parc Güell, embora o seu nome original fosse Park Güell) é um grande jardim com elementos arquitetônicos que se situa na parte superior de Barcelona (Espanha), na vertente que olha ao mar da montanha de El Carmel, não longe do Tibidabo. Ideado como urbanização, foi desenhado pelo arquiteto Antoni Gaudí, máximo expoente do modernismo catalão, por encomenda do empresario Eusebi Güell. Construído entre 1900 e 1914, foi inaugurado como parque público em 1922. Em 1984 a UNESCO incluiu o Parque Güell dentro do Lugar Patrimônio da Humanidade «Obras de Antoni Gaudí».

O Parque Güell é um reflexo da plenitude artística de Gaudí: pertence à sua etapa naturalista (primeira década do século XX), período no qual o arquiteto aperfeiçoou o estilo pessoal, inspirando-se nas formas orgânicas da natureza, pondo em prática uma série de novas soluções estruturais originadas nas suas análises da geometria regrada. A isso acrescentou uma grande liberdade criativa e uma imaginativa criação ornamental: partido de certo barroquismo as suas obras adquirem grande riqueza estrutural, de formas e volumes desprovidos de rigidez racionalista ou de qualquer premissa clássica. No Parque Güell despregou Gaudí todo o seu gênio arquitetônico, e pôs em prática muitas das suas inovadoras soluções estruturais que serão emblemáticas do seu estilo organicista e que culminarão na Sagrada Família.

O parque foi concebido por Güell e Gaudí como um conjunto estruturado onde, dentro de um incomparável quadro de beleza natural, situar-se-iam umas moradias de alto standing, com todos os progressos tecnológicos da época para procurar o máximo conforto, com uns acabamentos de grande qualidade artística. Assim mesmo, idearam um conjunto impregnado de um forte simbolismo, já que procuraram sintetizar nos elementos comuns do parque muitos dos ideais tanto políticos como religiosos que compartiam mecenas e arquiteto: assim, serão perceptíveis no conjunto conceitos procedentes do catalanismo político –sobretudo na escadaria de acesso, onde se representam os Países Catalães–, e da religião católica –no Monumento ao Calvário, ideado em princípio como capela–. Também é importante o elemento mitológico: segundo parece, Güell e Gaudí inspiraram-se no Templo de Apolo (Delfos) para a sua concepção do parque.

Por outro lado, numerosos expertos quiseram ver no parque múltiplas referências, devido à complexa iconografia aplicada por Gaudí ao conjunto do projeto urbanístico, referências que vão desde a reivindicação política até a exaltação religiosa, passando pela mitologia, a história ou a filosofia. Em concreto, muitos estudiosos pretendem ver referências à maçonaria, feito pouco provável devido às profundas crenças religiosas tanto de Gaudí quanto do conde Güell, e em todo caso não provado por nenhum indício objetivo em toda a historiografia do arquiteto modernista. A multiplicidade de símbolos desenvolvida no Parque Güell é, como se disse, de signo político e religioso, em todo caso com certo caráter de mistério devido ao gosto da época pelos enigmas e adivinhas.

É neste parque que está situada a Casa-Museu Gaudí, embora esse edifício não pareça pertencer a este parque, pela sua traça completamente diversa das outras casas aí existentes.

A dimensão da obra, ficou muito aquém do inicial e ambicioso projeto.

De destacar a Gran Plaça Circular, que apresenta um banco a toda a sua volta, com cerca de 152 metros, coberto de mosaicos coloridos. Esta praça foi executada pelo arquiteto Josep Jujol, que era um dos principais colaboradores de Gaudí.

Logo a seguir a esse enorme balcão assente em colunas, e a uma cota inferior, podemos ver dois pavilhões construídos por Gaudí. Esses pavilhões cobertos de mosaicos, apresentam o estilo inconfundível de Gaudí.

História

.]]
.]]

O parque deve o seu nome a Eusebi Güell, rico empresário catalão membro de uma influente família burguesa de Barcelona. Homem multiface e de grande cultura, foi escritor, pintor, lingüista, químico e biólogo. Assim mesmo, militou no catalanismo e foi deputado nas Cortes Generales (1878). Em 1910 foi nomeado conde pelo rei Afonso XIII. Amigo íntimo e mecenas de Gaudí, foram-lhe encarregues muitas das obras efetuadas pelo arquiteto modernista, sem interferir nas suas decisões artísticas. Para o conde Güell, Gaudí construiu além do Parque Güell, o Palácio Güell, as Adegas Güell, os Pavilhões Güell e a cripta da Colônia Güell.

O Parque Güell foi formado pela união de duas fincas, Can Muntaner de Dalt e Can Coll i Pujol, na chamada "Montanha Pelada" (hoje em dia El Carmel), adquiridas por Güell em 1899. O terreno pertencera ao marquês de Marianao (prefeito de Barcelona em 1905-1906 e 1910-1911), promotor do Parque de Samà em Cambrils, obra de Josep Fontserè (1882), um dos mestres de Gaudí; segundo os expertos, o Parque de Samà pôde servir de influência para o arquiteto reusense. O conde Güell instalou-se numa grande mansão situada no recinto do parque antes da sua urbanização, a Casa Larrard, que Gaudí reformou entre 1906 e 1922; atualmente é um colégio (CEIP Baldiri Reixac).

Foi o conde Güell quem projetou tornar a falda da montanha numa urbanização, encarrego que encomendou a Gaudí, com o que mantinha uma frutífera relação profissional desde 1878, data em que o empresário ficou impressionado com o talento do novo arquiteto ao ver uma obra sua (uma vitrina realizada para a Luvaria Comella) na Exposição Universal de Paris desse ano. Junto com Gaudí trabalharam alguns dos seus colaboradores mais habituais, como Josep Maria Jujol, Francesc Berenguer, Joan Rubió e Llorenç Matamala. As obras ficaram por conta do contratista Josep Pardo i Casanovas.

Güell e Gaudí tinham em mente um projeto ao jeito das cidades-jardim inglesas (o que fica manifesto na ortografia inicial Park Güell), seguindo as teorias de Ebenezer Howard. O conde Güell tinha experiência com a organização laboral inglesa, como se viu refletido no seu projeto de cidade obreira da Colônia Güell, em Santa Coloma de Cervelló. Assim mesmo, Güell inspirou-se para as zonas ajardinadas no Jardim da Fontaine da cidade de Nîmes, onde viveu na sua juventude.

.]] Contudo, em que pese ao empenho posto por ambos, o projeto foi um insucesso comercial: estava previsto construir uma urbanização de grande categoria, com aproximadamente 60 moradias disseminadas num imenso jardim, nas imediações da cidade e com uma vista panorâmica sobre toda Barcelona. Mas o projeto resultou pouco atrativo para os barceloneses –que encontraram que a zona, então pouco urbanizada, ficava longe do centro de Barcelona– e somente se venderam duas parcelas: uma delas é a atual Casa-Museu Gaudí, onde viveu o arquiteto entre 1906-1925, obra do seu colaborador Francesc Berenguer; e a outra a Casa Trias, propriedade do advogado Martí Trias i Domènech, amigo de Güell e Gaudí, obra do arquiteto Juli Batllevell (1906).

Para 1906 já se começou a ver que o projeto não daria o fruto aguardado; ainda assim, as obras seguiram em marcha para as zonas comuns da urbanização, até 1914, em que foram paralisadas após o começo da Primeira Guerra Mundial. Depois da morte do conde Güell em 1918, os seus herdeiros decidiram vender ao Município de Barcelona o parque para convertê-lo em público. A primeira quota de 500.000 pesetas foi paga pelo Município à sociedade anônima criada pelos herdeiros de Güell depois do falecimento de Gaudí (1926). Inaugurado o parque em 1922, desde então é um dos pontos neurálgicos da cidade de Barcelona, lugar de celebração de numerosos espetáculos e atos públicos e centro de grande interesse turístico.

Em 1969 o Parque Güell foi nomeado Monumento Histórico Artístico, e em 1984 a UNESCO o incluiu dentro do Lugar Patrimônio da Humanidade «Obras de Antoni Gaudí». Entre 1987 e 1994 fez-se uma restauração do parque, por Elies Torres i Tur e Josep Antoni Martínez i Lapeña, com a colaboração de Joan Bassegoda. fica um projeto de adequação da cara norte da montanha –que não entrou no projeto de Gaudí–, especialmente a zona da fonte de San Salvador de Horta e do Castelo d'en Frey, mansão senhorial construída nos anos 1920 e derrubada nos anos 1960, do qual somente ficam vestígios das muralhas.

Descrição

O parque tem uma extensão de 17,18 hectares (0,1718 quilômetros quadrados). Trata-se de um terreno devoniano, formado por estratos de lousa e calcária. No desenho põe-se claramente de manifesto a mão de um arquiteto, e o estilo peculiar de Gaudí resulta evidente em qualquer elemento, por pequeno que for. Existem formas onduladas, parecidas aos rios de lava, e passeios cobertos com colunas que têm formas de árvores, estalactites e formas geométricas. Muitas das superfícies estão cobertas com pedaços de cerâmica ou de vidro a jeito de mosaicos de cores, que recebe o nome de trencadís. Pela sua localização à margem da urbe e a uma altitude elevada, este parque é um remanso de paz que contrasta com o ruído e frenesi da capital catalã.

Gaudí cismou em conseguir uma perfeita integração das suas obras na natureza. Prova disso são as colunas constituídas de pedras de tamanhos e formas muito variáveis, que sugestionam troncos de árvores, estalactites e cavernas naturais. Os ângulos retos não aparecem em nenhum lugar: as colunas estão inclinadas como palmeiras. Quando Gaudí encarregou-se do projeto a zona estava desflorestada –como indicava o seu nome de Montanha Pelada–, pelo qual mandou plantar nova vegetação, escolhendo espécies mediterrâneas autóctones, as que melhor adaptavam-se ao terreno: pinho, alfarroba, azinheira, eucalipto, palmeira, cipreste, figueira, amendoeira, ameixeira, mimosa, magnólia, agave, hera, carrasco, retama, esteva, romeiro, tomilho, lavanda, sálvia, etc.

, em La Pobla de Lillet.]] Gaudí concebeu-o com um senso religioso, ao mesmo tempo em que orgânico e urbanístico, já que aproveitou o desnível de 60 metros que tem a montanha (cuja altura oscila de 150 a 210 metros) para projetar um caminho de elevação espiritual, situando na sua cimeira uma capela, que finalmente não se construiu, no lugar que atualmente ocupa o monumento ao Calvário (ou Colina das Três Cruzes).

Um projeto paralelo ao do Parque Güell e excelente amostra de jardim desenhado por Gaudí são os Jardins de Can Artigas, em La Pobla de Lillet (1905-1907), encarrego do industrial têxtil Joan Artigas i Alart. Intervieram nesta obra operários que tinham trabalhado no Parque Güell, realizando um projeto parecido ao do famoso parque barcelonês, pelo qual as similaridades estilísticas e estruturais são evidentes entre ambas as obras. Como no Parque Güell, Gaudí desenhou uns jardins plenamente integrados na natureza, com um conjunto de construções de linhas orgânicas que se integram perfeitamente com o contorno natural.

A entrada

O acesso ao parque apresenta uma estrutura alegórica de grande simbolismo onde, dentro dos parâmetros conceituais que compartilhavam Gaudí e o conde Güell, centrados no catalanismo político e na religião católica, é apresentada a urbanização como uma alegoria que representa o mais elevado do mundo terreal e espiritual, com referências tanto ao avanço da indústria e o desenvolvimento da burguesia como à cultura de tradição clássica greco-romana e, especialmente e acima de tudo, a presença da religião: o acesso ao parque representa a entrada para o Paraíso, para o lugar utópico onde reina a calma e o bem-estar.

Gaudí situou a entrada na parte mais baixa da montanha (Rua Olot), a mais próxima ao núcleo urbano. Como acesso ideou uma entrada monumental com um par de gazelas mecânicas que se abririam com as duas portas, mas que não chegou a construir-se. No seu lugar foi localizada uma porta de ferro forjado, representando folhas de palmito, que foi transladada para o parque em 1965 procedente da Casa Vicens, uma das primeiras obras de Gaudí. O parque conta com outras seis entradas: duas laterais em cada extremo da Rua Olot, onde se situa a entrada principal, duas na Avenida do Coll del Portell e outra na rodovia de El Carmel.

Nos dois lados da grade de entrada situam-se dois pavilhões, que estavam destinados a portaria, e a administração e mantimento da urbanização. Junto aos pavilhões nasce uma muralha que tinha de envolver o recinto, embora somente se construiu parcialmente; está construída com pedra rústica do lugar e terminada com cerâmica, onde se destacam os medalhões com as inscrições “Park” e “Güell”. Tanto a muralha quanto os pavilhões foram construídos de 1900 a 1903.

Na entrada situa-se um hall de 400 metros quadrados para organizar os acessos ao parque, a cujos lados se localizam duas áreas de serviço a jeito de grutas, a da esquerda para garagem e armazém, e a da direita para refúgio de carruagens. Esta última tem uma sala circular sustentada por uma coluna central com forma cônica, com uma estrutura que faz lembrar as patas de um elefante; dita coluna é semelhante à da cripta do Mosteiro de Sant Pere de Rodes, possível lugar de inspiração do arquiteto. Esta sala tem a particularidade de que o som viaja pelas suas paredes, pelo qual é comum ver a duas pessoas nos seus extremos falando o um com o outro de costas.

Os pavilhões

Os pavilhões de entrada são do mais puro estilo Gaudiniano, com uma estrutura orgânica reflexo do profundo estudo que Gaudí fazia da natureza. Realizados com alvenaria de pedra do lugar, destacam-se pelos seus abóbadas em forma de parabolóide hiperbólico, cobertas com cerâmica de vivas cores. Gaudí utilizou a técnica da abóbada catalã ou abóbada tabicada, que consistia na superposição de várias camadas de tijolos com argamassa. Algumas das estruturas eram pré-fabricadas e logo instaladas nos seus lugares correspondentes, adiantando-se Gaudí de novo às técnicas de construção atuais.

O pavilhão menor, destinado a administração, tem duas plantas, terraço e uma torre coroada pela típica cruz Gaudíniana de quatro braços, que se alça a 29 metros do chão. O pavilhão maior, a portaria, tem três plantas, e está terminado com uma cúpula em forma de cogumelo (amanita muscaria). Os pavilhões combinam a pedra rústica com a cerâmica em “trencadís”. Pela sua fantasia formal e cromática sugestionou-se que os pavilhões evocam a casa do conto de João e Maria, cuja versão operística, por Engelbert Humperdinck, era representada no Liceu em 1901, ano da construção dos pavilhões.

Escadaria

Do hall de entrada parte uma escadaria que conduz para a praça central da urbanização, construída entre 1900 e 1903. Está disposta simetricamente ao redor de uma escultura de salamandra que se converteu no emblema do jardim e de Barcelona. Pode representar a salamandra alquímica, que simboliza o elemento fogo, embora também se acostuma interpretar como um dragão, talvez o mitológico Píton do templo de Delfos.

A escadaria fica entre muros ameiados, e tem três trechos de onze escalões e um de doze. Na sua zona central alberga três fontes com conjuntos escultóricos, que representam os países catalães: Catalunha norte, francesa, e Catalunha sul, espanhola. Na primeira fonte Gaudí situou um círculo como símbolo do mundo e um compasso como símbolo do arquiteto. A segunda fonte contém o escudo da Catalunha e uma serpente, como alusão à medicina –ou bem representando à serpente que levava Moisés no seu cajado–, rodeados de flores de eucalipto. Na terceira fonte, o dragão ou salamandra representa à cidade de Nîmes (presente no escudo desta cidade), lugar onde se creu Güell; sobre esta figura há uma pequena construção em forma de tripé, em alusão ao utilizado pela pitonisa de Delfos. No último trecho da escadaria situa-se um banco em forma de odeão, situado de modo que lhe dá o sol durante o Inverno e a sombra durante o Verão.

A um dos lados da escadaria situa-se o colégio CEIP Baldiri Reixac (antiga casa do conde Güell), enquanto ao outro encontra-se o Jardim de Áustria, projetado nos anos 1960 por Lluís Riudor i Carol.

Sala Hipóstila

Sobre a escadaria situa-se a Sala Hipóstila ou Sala das Cem Colunas, que serve de suporte à praça superior. Construída entre 1907 e 1909, esta sala foi desenhada para funcionar como mercado para o bairro residencial que Gaudí estava criando, mas atualmente não cumpre tal função e somente a utilizam alguns músicos para goze dos turistas pela boa acústica que oferece.

Está composta por 86 colunas estriadas, de 6 metros de altura e 1,20 de diâmetro; confeccionadas de argamassa e escombro simulando mármore, têm revestimento de “trencadís” até uma altura de 1,80 m. As colunas exteriores estão ligeiramente inclinadas para conseguir um melhor equilíbrio estrutural. São de ordem dórica, embora de ábaco octogonal em vez de quadrado, parecidas a estalagmites gigantes numa caverna. O teto está confeccionado com abóbadas semi-esférica revestidas com “trencadís” branco, entre cujos espaços situam-se 4 lustres circulares (rosetas), que representam as quatro estações do ano, com desenhos de sois de 20 pontas, e 14 menores que representam o ciclo luar, com desenhos de remoinhos e espirais. Os lustres foram obra de Jujol, o colaborador de Gaudí com mais fantasia criativa.

A praça

O ponto central do parque o constitui uma imensa Praça oval, de 3.000 metros quadrados, construída entre 1907 e 1913. Sua beira serve de banco e ondula como uma serpente de 110 metros de comprimento. Está recoberto de pequenas peças de cerâmica e cristal obra de Josep Maria Jujol, com uma das técnicas preferidas do arquiteto, o “trencadís”. Segundo o plano original, a praça central devia ser um teatro grego, apto para as reuniões comunitárias e para a celebração de eventos culturais e religiosos. Na sua parte exterior contém um friso coberto de gárgulas para desaguar a chuva, bem como pequenas figuras em forma de gota de água.

O banco ondulante é formado por uma seqüência de módulos côncavos e convexos de 1,5 m, com um desenho ergonômico adaptado ao corpo humano. A base é de “trencadís” branco, e é coroado com uma decoração cerâmica que recorda os colagens dadaístas ou surrealistas, com motivos geralmente abstratos, mas também algum elemento figurativo, como os signos do Zodíaco, estrelas, flores, peixes, caranguejos, etc. O “trencadís” foi construído com materiais de resíduo, lajotas, garrafas e pedaços de louça. Predominam as cores azul, verde e amarela, que para Gaudí simbolizavam a Fé, a esperança e a Caridade; Jujol incluiu também rosas e frases alegóricas em homenagem à Virgem Maria, em catalão e em latim.

Esta praça está sem pavimentar, devido a que a água que recolhe procedente de precipitações é drenada e canalizada pelas colunas que a sustêm e é acumulada num depósito subterrâneo de 1.200 m3, e posteriormente empregada para regar o parque. Se o depósito ultrapassar um limite determinado, a água que sobeja é expulsada pela salamandra que dá a boas-vindas ao parque. Devido ao insucesso da urbanização, em 1913 o conde Güell decidiu comercializar a água sob a marca SARVA (“sar” e “va” são duas letras em sânscrito, iniciais de Shiva e Vishnu, deuses hindus que significam o Tudo).

Os viadutos

Gaudí construiu uma série de viadutos para transitar pelo parque, o bastante largos para o passo de carruagens, e com uns caminhos porticados por baixo para o passo de transeuntes. Os caminhos têm um comprimento total de três quilômetros, salvando o desnível da montanha e comunicando de jeito ótimo o nível inferior com o superior. Os viadutos têm soluções estruturais diferençadas, inspiradas em diferentes estilos arquitetônicos: o inferior (Viaduto do Museu) em estilo gótico, o intermédio (Viaduto del Algarrobo) barroco e o superior (Viaduto das Jardineiras) românico.

O caminho principal, chamado do Rosário por ter uma fileira de bolas de pedra a jeito de contas de um rosário, parte da praça central atravessando o parque em senso transversal; tem dez metros de largo, e construiu-se sobre uma antiga quadra romana que conduzia a Sant Cugat del Vallès. Também se destaca o chamado Pórtico de la Lavandera –por uma coluna esculpida em forma de lavandeira–, que rodeia a Casa Güell, e que tem forma de claustro românico, com uma dupla fileira de colunas, as interiores inclinadas para suportarem melhor o peso; um segundo trecho do pórtico é uma rampa em forma de espiral, com colunas helicoidais. Na entrada do pórtico encontra-se uma porta de ferro com a forma de “fígados de novilho”, segundo uma famosa frase de Salvador Dalí.

O Calvário

No lugar onde se teria situado a capela, na cima do monte, Gaudí construiu um monumento em forma de Calvário de três cruzes. Inspirado pelo achado de umas cavernas pré-históricas no parque –onde se acharam restos fósseis que foram estudados por Norbert Font i Sagué–, Gaudí concebeu o Calvário como um monumento megalítico, ao jeito dos talayotes da pré-história balear.

O monumento tem planta circular e duas rampas de escadas, em cuja cima situam-se as três cruzes e desde onde há uma magnífica panorâmica de Barcelona. Há dois cruzes mais baixas e uma mais alta, a de Jesus; uma das cruzes termina em forma de flecha. A orientação das cruzes indica os quatro pontos cardeais e a que acaba em flecha aponta para o céu, o que ocasiona que se especule sobre o seu significado. As cruzes foram destruídas em 1936, no transcurso da Guerra Civil, e reconstruídas em 1939.

A Casa-Museu Gaudí

.]] Шаблон:AP No recinto do Parque Güell, no Caminho do Rosário, encontra-se a Casa-Museu Gaudí, lugar de residência do arquiteto de 1906 até 1925, poucos meses antes da sua morte, residindo este último tempo na oficina da Sagrada Família. Aqui viveu com seu pai, Francesc Gaudí i Serra (falecido em 1906 aos 93 anos) e a sua sobrinha, Rosa Egea Gaudí (falecida em 1912 aos 36 anos). Desenhada pelo seu ajudante Francesc Berenguer entre 1903 e 1904, foi construída como casa de amostra da urbanização, até ser adquirida por Gaudí quando já se via o insucesso do projeto. À morte do arquiteto foi posta em venda, sendo o importe destinado às obras da Sagrada Família segundo o testamento deixado por Gaudí. Adquirida pelo matrimônio italiano Chiappo Arietti, até que em 1963 foi comprada pela Associació Amigos de Gaudí com o objetivo de fundar um museu dedicado ao arquiteto.

O museu conta com uma ampla coleção de obras de Gaudí e de alguns dos seus colaboradores, distribuído em três plantas: no sótão encontra-se uma sala dedicada ao escultor Carles Mani; no primeiro piso mostram-se os mobiliários desenhados por Gaudí para as casas Batlló e Calvet; e no segundo piso mostram-se o escritório e o dormitório de Gaudí, o mobiliário e o solo de lajotas hidráulicas da Casa Milà, bem como obras e objetos de Eusebi Güell, Josep Maria Jujol, Francesc Berenguer e Aleix Clapês. Outros objetos destacados expostos no Museu são: a cruz de quatro braços do portal da Finca Miralles, um busto de bronze com a efígie de Gaudí obra de Joan Matamala e um retábulo em madeira e marfim procedente da Casa Milà, obra de Josep Llimona.

Acessos ao Parque

O Parque Güell pode-se visitar todos os dias de jeito gratuito. Chega-se a ele com a Linha 3 (Metro de Barcelona), embora as estações se encontrem a certa distância. Acedendo desde a estação de Vallcarca (Metro de Barcelona) podem-se utilizar umas escadas mecânicas para amenizar parte da ladeira. Além disso, pode-se chegar com os ônibus urbanos ou com o ônibus turístico que percorre todos os pontos de interesse da cidade.

Galeria de imagens

Шаблон:Ref-section

Шаблон:Bibliografia

Шаблон:Ver também

  • Barcelona
  • Antoni Gaudí
  • Modernismo catalão
  • Casa-Museu Gaudí

Шаблон:Ligações externas

Шаблон:Commons

Listado nas seguintes categorias:
Publicar um comentário
Dicas e Sugestões
Simon Wüthrich
28 de marcha de 2016
You don't necessarily need to get a ticket to the main area. The surrounding park is very nice as well and if you climb to the small hill you get an impressive view of Barcelona.
Jacob Rosenberg
29 de november de 2014
My preference is to enter at the top of the park then walk down rather than the other way around. Less crowded entrance and a nice way to see some of the park outside the monumental zone.
Martin Mitchell
22 de november de 2014
Beautiful place to spend a morning or afternoon. Loads to see and plenty of areas to explore. Gaudi's house is pretty interesting. Try and get tickets for the monumental area in advance!
Matteo B
16 de may de 2016
Nice place with the very Gaudí style. I recommend to book online one day before to get in the monulental part of the park. If not, no problem, the public part is also really worth it... ????
RAKAN
29 de marcha de 2023
The one of the most famous sights of Barcelona. ???? ceramics decorated ???? ????Gaudí has created a fabulous forest with this park. Make sure to book a ticket in advance especially on summer ????
Stephanie Orme
10 de august de 2018
Really neat park designed by Gaudi. Bring water because it's quite the hike to the see the best views of the city.

Hotéis nas imediações

Ver todos os hotéis Ver todos
Cram Hotel

de partida $242

Uma Suites Luxury Midtown

de partida $197

Hostal Barcelona Travel

de partida $123

Sweet Inn Apartment - Aragon

de partida $148

Casa del Mediterraneo

de partida $0

Casa Kessler Barcelona Hostel

de partida $26

Vistas nas proximidades recomendados

Ver todos Ver todos
Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Turó de la Rovira

Turó de la Rovira is a hill overlooking Barcelona with an altitude of

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Casa Vicens

A Casa Vicens

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
CosmoCaixa Barcelona

O CosmoCaixa Barcelona é um museu de ciência situado em Barcelona, n

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Funicular do Tibidabo

O Funicular do Tibidabo é um funicular de Barcelona que une a Praça d

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Hospital da Santa Cruz e São Paulo

20px

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Palau Robert

Palau Robert (Catalan pronunciation: ]) is a building on Barcelona's

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Jardins del Palau Robert

Jardins del Palau Robert é uma atração turística, um dos Parques no

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Templo Expiatório da Sagrada Família

O Templo Expiatório da Sagrada Família, conhecido simplesmente como a

Similar atrações turísticas

Ver todos Ver todos
Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Kolomenskoye

Kolomenskoye (em russo: Коло́менское) é um ex-estado imperial sit

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Jardins de Carlton

Os Jardins de Carlton são um Património Mundial (desde 2004) em M

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Boboli Gardens

The Boboli Gardens, in Italian Giardino di Boboli, form a famous park

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Pfaueninsel

The Pfaueninsel ('Peacock Island') is an island situated in the Havel

Adicionar a lista de desejos
Estive aqui
Visitado
Al-Azhar Park

Al-Azhar Park is a public park located in Cairo, Egypt.

Veja todos os lugares semelhantes