O Palácio do Golestan (em Língua Persa: کاخ گلستان - Palácio do Jardim das Rosas), também conhecido como Palácio do Gulistan, é um antigo palácio real iraniano da Dinastia Qajar, situado em Teerão.
Sendo o mais antigo dos monumentos históricos em Teerão, o palácio pertence a um grupo de edifícios reais que estavam encerrados mo interior das muralhas de adobe da Arg-e Soltanati, a cidadela histórica da capital iraniana.
A Arg (cidadela, em persa) foi construida durante o reinado de Tahmasp I (reinou de 1524 a 1576) da Dinastia Safávida (1502-1736), e foi renovada, mais tarde, por Karim Khan Zand (reinou de 1750 a 1779). Agha Mohamd Khan Qajar (1742-1797) escolheu Teerão para sua capital. A Arg tornou-se na sede da corte dos Qajar (1794-1925) e o Palácio do Golestan na residência oficial da família real daquela dinastia.
Em 1865, o palácio foi reconstruido por Haji Abol-hasan Mimar Navai, alcançando a sua forma actual.
Durante a era Pahlavi (1925-1979), o Palácio do Golestan foi usado para recepções formais, tendo os soberanos da Dinastia Pahlavi construído o seu próprio palácio no Complexo Palaciano de Niavaran. As cerimónias mais importantes realizadas no palácio durante a era Pahlavi foram a coroação de Reza Pahlavi (reinou de 1925 a 1941 no Takht-e Marmar ("Trono de Mármore") e a coroação de Mohammad Reza Pahlavi (reinou de 1941 a 1979) na Galeria do Museu.
Entre 1925 e 1945, uma grande parte dos edifícios do palácio foram destruídos por ordem de Reza Pahlavi, o qual acreditava que o centenário palácio dos Qajar não devia impedir o crescimento duma cidade moderna. No lugar dos velhos edifícios foram erguidas modernas estruturas em estilo comercial, durante as décadas de 1950 e 1960.
Actualmente, o Palácio do Golestan é administrado pela Organização do Património Cultural do Irão. No dia 11 de Outubro de 2005, aquele organismo apresentou o palácio com vista à inclusão na Lista do Património Mundial em 2007 da UNESCO.
No seu estado presente, o Palácio do Golestan é o resultado de cerca de 400 anos de construção, sendo o Khalvat-e Karim Khani ("Retiro de Karim Khan") uma das partes mais antigas do ainda existentes. Na sua localização contemporânea, cada um dos edifícios apresenta uma história única.
O Emarat Badgir é um dos mais antigos edifícios do Palácio do Golestan. Foi construído na época de Fat′h Ali Shah, sendo composto por uma divisão principal, dois quartos laterais, dois vestíbulos e uma divisão no subsolo equipada com um tanque. A sala principal está decorada com vitrais, colunas de gesso em forma de espiral e rodapés de mármore pintado; O pavimento está coberto de azulejos pintados. O fundo é decorado por espelhos e pinturas, o que é raro no Palácio do Golestan. A construção teve lugar entre 1807 e 1809, sob a direcção de dois arquitectos persas, Haj Mirza Jafar Khan Tabrizi e Abdullah Memarbashi (mais conhecido pelo nome de Sheikh Abdulhossein). As pinturas são da autoria de Mirza Baba Shirazi, Ostad Ahmad, Firouz Ashtiani e Ostad Mohammad Khan.
Durante o reinado de Nasser al-Din Shah (1848-1896), o arquitecto Haj Ali Khan Hajeb-od-Doleh efectuou algumas alterações no edifício, o que lhe daria o seu aspecto actual. As modificações podem constatar-se através da observação das aguarelas de Mahmoud Khan Saba (1861-1863), onde são evidentes as diferenças entre o aspecto do edifício naquela época e o que apresenta actualmente.
Os Xás da Dinastia Qajar utilizaram bastante este edifícios no Verão. A frescura que se sente no seu interior foi o motivo pelo qual a coroação de Mozaffaredin Shah teve lugar aqui, em 1826, em vez de ocorrer no Palácio de Mármore, uma estrutura mais formal do Palácio do Golestan.
O edifício esteve fechado durante trinta anos na época Pahlavi. Entre 2002 e o Outono de 2004 tiveram lugar obras de restauro, sendo o edifício reaberto ao público depois disso.
Alguns anos após a sua coroação, Nasser al-Din Shah (reinou de 1848 a 1896) decidiu alargar o Palácio do Golestan na sua parte oriental.
O Shams-ol Emareh, assim como a Galeria dos Espelhos, A Galeria do Museu e a Galeria de Marfim datam deste período. Nesta época, Teerão tinha poucos edifícios impressionantes e ainda menos edifícios altos. Alguns engenheiros franceses e austríacos foram convidados, nessa ocasião, para se deslocarem à capital persa com o objectivo de darem forma às ideias de Nasser al-Din Shah havia tido na Europa e desejava realizar na Pérsia. O Shams-ol-emareh surgiu em 1867, sendo, à época da sua construção, um dos mais altos edifícios de Teerão.
Mirza Hassan Khan Etemad-os-saltaneh, cronista da Corte, escreveu a este respeito:
«(...) o Koushk, conhecido
pelo nome de Shams-ol-emareh, é uma das obras grandiosas
deste príncipe imperial. A sua vantagem em relação às outras
construções de Teerão - e talvez do Irão - é evidente e o número
dos seus andares eleva-se a cinco. Esta recordação importante é
desenhada e construída sob a égide de Doust-Ali Khan
Moaier-ol-mamalek à moda dos palácios e das construções dos países
da Europa. Esta augusta construção é edificada no ano mil duzentos
e oitenta e quatro da Hégira e vigésimo ano do reinado de sua
majestade (...)»
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